O IBGE publicou no dia 10/02/22 os resultados preliminares da pesquisa trimestral do abate de animais, referente aos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado. A produção total de carcaças de suínos em 2021 (em toneladas), superou em 8,91% a produção de 2020, totalizando 4.881.295 toneladas, sendo que o número de cabeças abatidas foi 7,13% maior, com 52,86 milhões de cabeças.
Para entender melhor a crise que o setor sofre hoje é importante analisar o excedente de produção do último ano, resultado de um crescimento que não foi acompanhado pela demanda interna e externa.
Embora as exportações de carne suína tenham aumentado em 2021 em mais de 11% em relação ao ano anterior, o que chama a atenção é a redução dos embarques para a China que, desde outubro de 2021 até janeiro deste ano, reduziu os volumes comprados do Brasil em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês de janeiro o gigante asiático, embora ainda na liderança da destinação de nossa carne, já não representou a metade das exportações. A Rússia que ao anunciar cota de 100 mil toneladas para o primeiro semestre deste ano, representou uma esperança de compensar este recuo chinês, mas pelo menos em janeiro ainda se mostrou muito tímida, com apenas 1.657 toneladas.
A queda do preço de venda do suíno vivo foi agravada pelo custo de produção ainda em alta. Como se não bastasse o aumento do valor da saca de milho, mesmo com a colheita da primeira safra em curso, mas com preços pressionados pela estiagem e quebra da produção na região sul, também o farelo de soja não para de subir, se aproximando dos 3 mil reais por tonelada em algumas praças. Essa combinação de baixo preço de venda e alto custo dos principais insumos determinou, segundo o CEPEA na primeira quinzena do ano, a pior relação de troca entre o suíno e o milho.
15 de fevereiro de 2022 /ABCS / Brasil.
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