Após a confirmação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA), o MAPA vem adotando todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras.
Diante desse cenário, a 333 Brasil entrevistou o presidente da ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), Marcelo Lopes, para saber se isso pode impactar o mercado da suinocultura brasileira.
De acordo com Marcelo, não é esperado um impacto relevante sobre os preços da carne suína já que o mercado está mais estabelecido em relação ao ano passado, com uma oferta e demanda mais ajustada que está mantendo os preços para o suinocultor.
Segue a entrevista na íntegra:
333 Brasil: Quais os potenciais impactos para o mercado de suínos, frente a confirmação pelo MAPA de um novo caso do mal da "vaca louca" no Pará?
Marcelo Lopes: "Não é a primeira vez que acontece essa notificação de um quadro atípico da doença vulgarmente conhecida como vaca louca. Novamente não nos traz nenhum tipo de temor em relação a que seja uma questão mais grave. É um caso atípico novamente, mas em função dos protocolos exigidos essa notificação tem que ser feita, assim como a suspensão temporária da comercialização da exportação e isso em breve deve ser revertido".
333 Brasil: A paralisação dos frigoríficos e fechamento momentâneo do mercado de exportações para a China, podem suceder em uma queda da arroba do boi. Esse movimento pode alterar a competitividade com a carne suína?
Marcelo Lopes: "Obviamente que a carne suína tem uma correlação com as demais proteínas, frango e carne bovina em termos de competitividade. Se houver uma queda muito grande no preço da carne bovina, ela pode interferir na precificação da carne suína, mas a gente não acredita que isso seja significativo em função de que o mercado está mais ajustado em relação ao ano passado, com uma oferta e demanda mais ajustada que vem mantendo os preços num patamar razoável para o produtor hoje. Então, não esperamos um impacto relevante sobre a precificação da carne suína, mesmo havendo uma possível queda nas exportações nas próximas semanas, isso depois acaba sendo compensado, pois é esperado uma maior demanda da China pela carne brasileira, não só a bovina, mas também a suína ao longo deste ano".
Redação 333 Brasil.