Em um ano marcado por estiagem e pela pandemia do coronavírus, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 10,1 bilhões em 2020, uma queda de 16,1% em valor na comparação com o ano anterior. A principal responsável pela redução nas vendas do segmento, em termos absolutos, foi o complexo soja (menos US$ 1,2 bilhão; -23,5%), seguido do setor de produtos florestais (menos US$ 580,4 milhões; -37,7%) e fumo (menos US$ 437,8 milhões; -24,7%). No total, a queda no comércio foi de US$ 1,9 bilhão no período.
Dos cinco principais setores exportadores do agronegócio do Rio Grande do Sul, dois apresentaram alta nos números de 2020: carnes (US$ 286,8 milhões; +16,9%) e cereais, farinhas e preparações (106,3 milhões; +19,1%). Os números finais do quarto trimestre e o acumulado do ano, além dos dados sobre emprego formal no campo, estão no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Junior e Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e divulgado na manhã desta quinta-feira (11/2).
Em termos absolutos, as vendas externas do agronegócio gaúcho somaram o menor valor desde 2010. Conforme o boletim, as exportações do complexo soja apresentaram queda em função da estiagem e da quebra na produção, estimada em 38,9%, segundo o IBGE.
Entre os desempenhos positivos, no segmento de carnes o ano apresentou alta significativa nas vendas das carnes suína (mais US$ 215,8 milhões; +52,4%) e bovina (mais US$ 65,5 milhões; +24,9%).
Quanto aos principais destinos das exportações do agronegócio em 2020, a China manteve a liderança na lista de países compradores do Rio Grande do Sul, responsável por 41,4% do total. O ranking de principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho é seguido por União Europeia (13,8%), Estados Unidos (4,7%), Arábia Saudita (3,2%) e Coreia do Sul (3%).
Perspectivas 2021
Preços agropecuários elevados, incertezas em relação às compras de soja brasileira pela China e às condições climáticas no Rio Grande do Sul, além da manutenção dos patamares elevados de vendas no setor de carnes, são algumas das perspectivas apontadas para o agronegócio gaúcho em 2021 no boletim.
Com a redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a preferência dos asiáticos pela soja brasileira pode diminuir, ao mesmo tempo em que o rebanho suíno chinês, impactado pela Peste Suína Africana nos últimos anos, ainda seguirá em recuperação, o que significa uma forte demanda pelo produto.
11 de fevereiro de 2021 / Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul / BRASIL.
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