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Preço recorde do suíno no mercado doméstico e volumes exportados até setembro já superam o total de 2019

No acumulado destes nove meses o Brasil já atingiu o recorde histórico anual de exportações, com quase 20 mil toneladas a mais que todo o embarque do ano passado

30 Outubro 2020
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Embora tenha havido uma redução das exportações de carne suína em setembro em relação aos meses anteriores, com 76.054 toneladas de carne in natura embarcadas, no acumulado destes nove meses o Brasil já atingiu o recorde histórico anual de exportações, com quase 20 mil toneladas a mais que todo o embarque do ano passado (657 mil toneladas). As projeções indicam que até o final do ano o Brasil irá exportar mais de 900 mil toneladas. Sem dúvida, este recorde de embarques tem contribuído muito para manter o preço do suíno vivo e das carcaças em patamares elevados. A produção também aumentou expressivamente, conforme já apontou o IBGE no primeiro semestre do ano, o mercado interno está com a demanda aquecida e espera-se no mínimo a manutenção do consumo per capita brasileiro este ano.

Um ponto de atenção no mercado interno é a redução do auxílio emergencial de 600 para 300 reais que deve afetar o consumo de alimentos em geral, porém, como no quarto trimestre as indústrias e o varejo tradicionalmente aumentam a estocagem de carnes em preparação para as vendas de final de ano, pode ser que até a virada de 2020 para 2021 não se perceba a redução da demanda e não ocorra recuo dos preços das carnes, pelo contrário, nas últimas semanas o preço do suíno tem subido, com a oferta evidentemente reduzida em relação à procura. Além disso, a “safra” do boi gordo de pasto só deve iniciar no início do ano que vem, com certo retardo em relação a anos anteriores em função do atraso das chuvas no centro-sul do Brasil.

Se o preço de venda do suíno bate recordes históricos no Brasil, não é diferente com os principais insumos: milho e farelo de soja. O custo de produção não para de subir. Levantamentos realizados pela EMBRAPA- suínos e aves, indicam alta no custo de produção da ordem de mais de 42% no estado do Paraná, por exemplo, sendo que no quesito alimentação dos animais a alta foi de mais de 60% em setembro de 2020, quando comparado com setembro de 2019.

Assim como nas carnes, o REAL desvalorizado, o aumento da demanda chinesa e baixa disponibilidade de produto no mercado doméstico, seja por escassez de produto no caso da soja ou por falta de oferta no caso do milho, além do atraso do plantio da safra 2020/21, têm determinado uma “tempestade perfeita”, levando o milho e a soja a uma escalada de alta duradoura e extremamente preocupante.

28 de outubro de 2020 / ABCS / Brasil.
abcs.org.br

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