O novo status sanitário é considerado fundamental para a abertura de novos mercados mundiais. Com o reconhecimento internacional, o Paraná poderá comercializar seus produtos a países que demandam cortes mais sofisticados e que pagam mais pela tonelada. No fim do ano passado, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) apresentou o estudo “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação: análise e perspectivas”, que demonstra que a chancela internacional traz consigo ganhos potenciais, cujos benefícios vão bem além da bovinocultura. Isso porque o reconhecimento internacional representa o aval da robustez de todo o sistema sanitário animal do Paraná.
“Isso vai dar à nossa agroindústria poder de negociação. Teremos um selo de qualidade por meio do qual vamos poder vender nossos produtos nos mercados mais exigentes do mundo, para que o nosso produtor tenha condição de continuar alavancando a produção da avicultura, suinocultura, pecuária de leite, pecuária de corte”, diz Ágide Meneguette. “Somos um Estado de pequena propriedade, mas temos trabalhado para que esta pequena propriedade seja muito produtiva”, acrescenta.
Na suinocultura, em que o Paraná desponta como segundo maior produtor nacional, a expectativa é de abertura de novos – e importantes – mercados para a carne paranaense. Hoje os frigoríficos paranaenses não têm acesso aos principais países importadores deste tipo de proteína. Japão, México, Coreia do Sul e União Europeia respondem por uma parte nobre do comercio mundial e, hoje estão de portas fechadas para o suíno paranaense.
De acordo com o estudo, com o novo status sanitário, o Paraná estaria apto a exportar, sem restrições de mercado para países que pagam mais, um potencial adicional de 5,1 milhões de toneladas. Em um cenário em que o Paraná consiga 2% deste mercado potencial, as exportações do Estado dobram, passando das atuais 107 mil toneladas para mais de 200 mil toneladas, de acordo com as estimativas da Seab.
O estudo da Seab também traz indicativos em relação a valores. O preço médio da carne suína brasileira exportada foi de US$ 2.360 por tonelada em 2017. Em 2018, fatores como a operação “Carne Fraca”, da Polícia Federal, e greve dos caminhoneiros arranharam a imagem da carne brasileira no mercado internacional. Fruto desse processo, o preço médio pago por tonelada da carne suína caiu para US$ 1.880.
Nesse período, Santa Catarina, o único Estado brasileiro a gozar do status de livre de febre aftosa sem vacinação, conseguiu vender sua carne suína para mercados como Japão e Coreia do Sul, abertos somente para áreas sem vacinação. O preço médio para estes países foi de US$ 3.330 por tonelada (janeiro a outubro de 2018), o que representa 77% a mais do que o preço médio da carne suína no Brasil, aponta o estudo. Ou seja, mesmo em um cenário de crise, o Paraná teria condições de vender seu produto por um preço acima da média, fornecendo para mercados mais sofisticados.
25 de agosto de 2020 / CNA / Brasil.
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