O ano de 2020 foi um ano de destaque para a suinocultura no quesito exportação. Em setembro, o acumulado exportado já havia superado todo o volume de 2019. Em novembro, foram contabilizadas 828,8 mil toneladas de carne in natura, sendo quase 55% deste total foi vendido para a China. Até o fim do ano, projeta-se fechar o balanço de 2020 com 900 mil toneladas embarcadas de carne in natura, quase 40% a mais que em 2019. Se somar a carne processada, ultrapassaremos a marca histórica de 1 milhão de toneladas. Este aumento nas exportações ajudou a enxugar o mercado, visto que o crescimento da produção em 2020 está sendo bastante expressivo, conforme os dados de abate do terceiro semestre, revisados recentemente pelo IBGE, que demonstram um crescimento de quase 9% no volume de carcaças produzidas de janeiro a setembro de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.
Sobre estes dados pode-se projetar que a suinocultura deverá encerrar o ano com consumo per capita anual também recorde, mostrando uma importante evolução no consumo doméstico desta proteína, apesar dos problemas enfrentados ao longo do ano e sendo a única carne com crescimento consistente da produção, algo que vem se repetindo ao longo dos últimos anos em relação às demais proteínas.
Apesar do aumento significativo das exportações, o mercado doméstico deve fechar o ano como destino de 80% de toda produção do Brasil. O ano foi marcado por uma de mudança de patamar tanto de preço do suíno (e as outras proteínas também), quanto de custo de produção, com o aumento dos preços do milho e da soja a valores nunca atingidos.
Para o mercado de suínos no ano de 2021 há algumas certezas e muitas dúvidas. As certezas são: as exportações de carne suína ainda estarão em alta, puxadas pela China e o custo de produção continuará elevado, conforme detalhado mais adiante. As incertezas relacionam-se à velocidade de controle da pandemia no Brasil e no mundo e as consequencias disso. A economia só voltará ao normal após a vacinação em massa, pois as ondas de contágio determinam medidas restritivas que afetam significativamente as cadeias de produção. Há ainda dúvidas quanto a continuidade ou não do auxílio emergencial que foi canalizado para a compra de alimentos e ajudou ao aquecer a demanda das carnes no Brasil. Outras questões como clima e evolução das safras, câmbio e pressão inflacionária podem afetar direta ou indiretamente a suinocultura.
16 de dezembro de 2020 / ABCS / BRASIL.
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