Como serão os consumidores daqui para a frente? Como será o mercado? Quais são as surpresas, expectativas e desafios que o futuro guarda? Essas são algumas das perguntas que pesquisadores, consultores e especialistas de todo o mundo tentam responder ano após ano. Detectar mudanças econômicas, de comportamento, sociais e culturais são importantes mecanismos para traçar tendências e transformações que impactam o consumo e consequentemente os negócios. É fundamental que empresas e entidades de todas as áreas se mantenham atentas e alinhadas em relação a esses aspectos que tanto influenciam o mundo. Para facilitar esse processo, a ABCS compilou algumas das principais tendências para o ano de 2021, que podem também se estender além deste período.
Segundo uma pesquisa levantada e divulgada pelo Euromonitor International em janeiro deste ano, as tendências globais de consumo predominantes durante o ano de 2021 estão pautadas principalmente no cenário de pandemia, com hábitos que foram adquiridos, consolidados e impulsionados pela crise sanitária. O levantamento descreve o novo consumidor como uma pessoa que quer melhorar o mundo, para si e para os outros. Ele busca novas formas para tornar a vida mais confortável e segura, dentro e fora de casa, além de formas criativas de investir seu tempo. Em situações de ansiedade e tensão, esses consumidores irão procurar soluções holísticas, e priorizar um consumo mais consciente. Resiliência e adaptabilidade são os fatores mais determinantes nas principais tendências globais de consumo, mudando para sempre o comportamento dos consumidores.
Expectativas
Uma ótima forma de prever hábitos de consumo é entender quais são as expectativas e os anseios do público. A pesquisa aponta que para os consumidores, as empresas devem focar em mais do que apenas fins lucrativos. Para eles, é mais importante proteger a saúde e os interesses da sociedade e do planeta, colaborando para a criação de um mundo mais sustentável e promovendo a mudança de uma economia baseada em volume para uma baseada em valor, contribuindo para a solução da desigualdade social e dos danos ambientais. Percepção corroborada pelo Trust Barometer, que apontou que 86% dos entrevistados mundialmente esperam que empresas se engajem e solucionem problemas sociais. No Brasil este percentual sobe para 97%.
Antes da Covid-19 as atenções estavam mais voltadas às questões ambientais, mas hoje os olhos se voltam aos problemas sociais destacados pela pandemia. Muitas empresas aproveitaram o momento para desenvolver laços emocionais com os consumidores através dessas pautas e obtiveram sucesso. Dentre as respostas à pesquisa, 88% das pessoas destacam iniciativas de suporte aos funcionários. Para os consumidores, as marcas devem continuar atuando com responsabilidade e propósito depois da pandemia, adotando medidas de proteção, como maior flexibilidade no local de trabalho, em modelo home office ou híbrido que já é apontado como o formato de trabalho do futuro.
Oportunidades
Outra descoberta interessante é que após o período de isolamento as pessoas têm buscado estar mais em ambientes ao ar livre, pensado em sair de cidades populosas para morar em zonas rurais, voltando às raízes, estreitando os laços com o campo e com estilos de vida baseados em saúde e bem-estar. Pode ser um bom momento para as marcas explorarem essa conexão, adaptando estratégias de desenvolvimento de produtos que abrangem a tranquilidade da vida rural em ambientes urbanos.
Do ponto de vista econômico, os consumidores estão mais contidos. O cenário de incertezas fez com que os gastos com supérfluos diminuíssem e a procura por descontos crescesse. O ramo alimentício não registrou perdas, mas a palavra da vez é economizar. O Canal Rural apontou em uma reportagem publicada na última segunda-feira (01/03), uma tendência que já era observada desde o início do ano pela BBC News. A queda no consumo de carne bovina em decorrência da alta de preços. Por isso os consumidores têm se voltado para a carne suína como uma opção mais rentável de carne vermelha, preenchendo assim essa lacuna no mercado.
02 de fevereiro de 2021 / ABCS / BRASIL.
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