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Evolução do mercado global de carne suína em 2023

A visão geral do mercado da FAO indica que a produção global de carne suína continuou crescendo em 2023, enquanto o comércio caiu.

30 Abril 2024
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A produção global de carne suína atingiu 124,5 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 1,4% em relação a 2022. Isto foi impulsionado principalmente pela expansão contínua da produção na Ásia, que foi apenas parcialmente compensada pelo segundo ano consecutivo de contração da produção na Europa. A produção de carne suína também aumentou nas Américas e na Oceania. Entretanto, a produção manteve-se praticamente estável na África.

A produção de carne suína na China aumentou pelo terceiro ano consecutivo em 4,5% em 2023, ou mais de 2,5 milhões de toneladas, para 58,8 milhões de toneladas, representando 47% da produção total mundial de carne suína. A produção também aumentou no Vietnã, nos Estados Unidos e no Brasil. No Vietnã, o aumento da eficiência, resultante dos investimentos e da consolidação da indústria, levou ao crescimento da população suína, impulsionando a expansão da produção. Nos Estados Unidos, a produção recuperou, após descidas durante dois anos consecutivos, principalmente devido ao aumento dos abates. Entretanto, no Brasil, a redução dos custos de produção e a maior disponibilidade de rações, especialmente milho, aumentaram a produção de carne suína em 2%; no entanto, isto reflete um abrandamento significativo na expansão da produção em comparação com o desempenho do crescimento durante os últimos anos.

Estes aumentos foram contrabalançados por uma queda de 6,6% na produção de carne suína, equivalente a uma queda de 1,5 milhões de toneladas, para 20,8 milhões de toneladas na União Europeia. Este é o segundo ano consecutivo de declínio da produção, uma vez que o setor continuou sofrendo com surtos generalizados de PSA que reduziram a procura externa, especialmente da Ásia. A queda da procura interna e as margens de lucro mais baixas também induziram os suinocultores a reduzir as operações, resultando numa queda no plantel suíno da região. Da mesma forma, a produção no Reino Unido diminuiu quase 11% em termos anuais, enquanto no Canadá, os elevados custos dos fatores de produção e a escassez de mão-de-obra, juntamente com a menor procura, levaram ao encerramento de algumas fábricas, reduzindo a produção da proteína suína.

O comércio global de carne suína caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2023 em 7,9%, para 9,8 milhões de toneladas, refletindo quedas nas importações por todas as regiões, exceto a América Central e o Caribe.

As contrações mais significativas nas importações foram registadas na China, nas Filipinas, nos Estados Unidos e no Japão, amplamente sustentadas por maiores ofertas de fontes nacionais, incluindo existências. Em contraste, as importações de carne suína aumentaram no México, no Canadá e no Chile, entre outros, devido ao aumento da procura interna, com as da Malásia e da República Dominicana a aumentarem devido aos desafios de abastecimento relacionados com a PSA.

A queda da procura global e a redução da produção nacional levaram a uma queda de um quarto nas exportações de carne suína da União Europeia. As exportações de carne suína também caíram do Canadá e do Reino Unido devido à menor disponibilidade de exportação.

Apesar da queda na procura global de carne suína, vários países, nomeadamente os Estados Unidos, o Brasil e a Federação Russa, registaram envios mais elevados. As exportações dos Estados Unidos recuperaram após dois anos consecutivos de quedas, facilitadas principalmente por acordos comerciais com os países vizinhos, México, Canadá e República Dominicana. Quanto ao Brasil, apesar da queda nos volumes destinados à China, as exportações de carne suína aumentaram devido ao aumento dos embarques para as Filipinas, Chile, Singapura, Uruguai, Vietnã e Japão. O acesso recentemente obtido ao mercado do Canadá e do México também ajudou o Brasil a sustentar a expansão das exportações, apesar do México ter suspendido as importações do Brasil em novembro de 2023, no meio de protestos dos suinocultores mexicanos. A Federação Russa também exportou mais, beneficiando da expansão da oferta exportável e de preços competitivos, juntamente com um acordo de regionalização assinado com o Vietnã que permitiu a continuação das exportações de partes da Federação Russa livres do vírus da PSA.

24 de abril de 2024/ FAO. 2024. Meat Market Review: Overview of global market developments in 2023. Roma
https://openknowledge.fao.org

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