A assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Canadá tem potencial para aumentar em US$ 7,8 bilhões a receita das exportações brasileiras de produtos agropecuários, segundo estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que analisou os desafios e as oportunidades para as cadeias produtivas do setor.
Os resultados do documento mostram a relevância do acordo para o setor e vão subsidiar negociadores brasileiros com dados técnicos, que ajudarão na tomada de decisões e na definição de posicionamento do país.
Carnes, cereais, farinhas e preparações, frutas e complexo soja são os setores do agro, segundo a CNA, que têm mais potencial de serem beneficiados com o acordo. No caso das carnes, o aumento da receita pode chegar a US$ 1,4 bilhão por ano.
O segmento de cereais, farinhas e preparações pode ter alta de US$ 771,9 milhões nas vendas ao Canadá, sendo o milho o produto com maior capacidade de aumento de receita (US$ 324,0 milhões) e o arroz como potencial explorável no curto prazo, pois já possui alíquota de importação zerada no país norte-americano.
Para o setor de frutas, a oportunidade de comércio é de US$ 751,7 milhões. De acordo com o documento, apesar das alíquotas já zeradas, o Brasil ainda é pouco expressivo no abastecimento do mercado canadense para frutas tropicais, como melões (1,7% do mercado), goiabas e mangas (8,1%), limões e limas (1,4%).
Já para o complexo soja (grão e farelo), a estimativa é de aumento de US$ 703,9 milhões, apesar da concorrência com os Estados Unidos.
Com relação às tarifas, o mercado canadense tende a negociar a eliminação de boa parte delas já no ano seguinte à entrada em vigor dos acordos, o que pode beneficiar os produtores brasileiros em um curto prazo.
27 de julho de 2020 / CNA / Brasil
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