A Peste Suína Africana (PSA) chegou à Rússia em 2007, espalhando-se pela Ucrânia em 2012 e pela Bielorrússia em 2013. Em 2014, o vírus foi confirmado em javalis e suínos domésticos na Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia. Desde então, os surtos têm afetado novas regiões todos os anos: República Checa e a Romênia em 2017, Hungria, Bélgica e Bulgária em 2018, e Eslováquia e Sérvia em 2019. A doença continuou avançando, atingindo a Grécia e a Alemanha em 2020, a Macedônia do Norte e a Itália em 2022, e Bósnia-Herzegovina, Croácia, Kosovo, Suécia, Montenegro e Albânia entre 2023 e 2024.
Suínos domésticos
Desde o aparecimento da doença na Europa, observou-se um crescimento constante dos surtos até 2023, quando foi atingido um pico histórico com 4.513 surtos, devido ao aparecimento da doença na Bósnia-Herzegovina e na Croácia. No entanto, em 2024 foi observada uma diminuição para um total de 752 casos.
Os anos mais críticos foram entre 2018-2023. Durante este período, a PSA expandiu-se rapidamente, afetando principalmente a Europa Oriental, com picos importantes em países como a Romênia, a Bósnia e a Croácia.
Romênia é o país com maior número de surtos acumulados, sendo os anos de 2018 (1.163 surtos) e 2019 (1.724 surtos) os mais críticos. Em 2023, registou 740 surtos, um valor ainda elevado mas inferior aos anos anteriores, enquanto em 2024 apresentou o menor número de surtos desde a confirmação da presença da doença (215).
Bósnia-Herzegovina e Croácia são notáveis por um surto massivo em 2023, com 1.508 e 1.124 surtos, respectivamente, embora ambos tenham registado uma diminuição significativa para 33 e 6 surtos em 2024.
Polônia apresenta uma tendência estável com aumentos moderados ao longo do tempo, atingindo o seu máximo em 2021 (124 surtos) e terminando com 44 surtos em 2024.
Sérvia também registou um aumento recente notável, com 991 surtos em 2023 e 304 surtos em 2024.
Bulgária, Estônia e Letônia confirmaram números baixos, com casos dispersos ao longo do período. A Bulgária, por exemplo, atingiu um pico de 44 surtos em 2019 e terminou com apenas 1 surto em 2024.
Moldávia, Grécia e Eslováquia apresentaram números marginais e esporádicos, sem se tornarem focos significativos da doença.
Javalis
A PSA em javalis teve uma propagação alarmante na Europa durante a última década. Desde os primeiros registros em 2014 com 334 casos, a doença apresentou crescimento contínuo, atingindo seu pico mais alto em 2021, com 12.150 casos notificados. Embora os surtos tenham diminuído nos anos subsequentes, os números permanecem elevados em 2023 (7.903) e 2024 (7.672), prova de que o vírus ainda representa uma séria ameaça à vida selvagem e às economias da região.
Os anos 2020-2021 foram os mais críticos, durante este período, os surtos de PSA em javalis atingiram níveis sem precedentes, com mais de 10.000 casos anualmente na Europa. No entanto, a partir de 2022, observa-se um declínio moderado mas sustentado, embora os níveis de 2023 e 2024 (cerca de 7.700 casos anuais) permaneçam significativamente elevados.
Polônia lidera o total de casos, atingindo máximo histórico em 2020 (4.070 casos) e mantendo números preocupantes em 2021 (3.221 casos) e 2024 (2.244 casos). Este país tem sido o principal epicentro do vírus ao longo da década, com um total de mais de 20.000 casos confirmados.
Hungria apresenta um aumento significativo desde 2018, atingindo 4.001 casos em 2020. Embora os surtos tenham diminuído nos anos subsequentes, o país registou 420 casos em 2024, indicando que o problema persiste.
Alemanha, embora não tenha reportado nenhum caso até 2020, registou um aumento exponencial com 2.525 surtos em 2021. Em 2024, os seus números (935 casos) permanecem elevados, refletindo a dificuldade em controlar a doença na região.
Letônia e a Lituânia registaram um grande impacto desde os primeiros anos. A Letônia atingiu o pico em 2017 (947 casos), enquanto a Lituânia notificou 1.443 casos em 2018. Em 2024, ambos os países mantiveram números elevados, com 940 e 555 casos, respetivamente.
Bulgária tem apresentado um crescimento contínuo desde 2019, atingindo 712 casos em 2024, indicando uma expansão preocupante nos Balcãs.
O caso de Itália difere dos restantes já que durante mais de 4 décadas a doença esteve presente de forma endêmica na Ilha da Sardenha até que em janeiro de 2022 foi confirmado o primeiro caso na zona peninsular, registando um aumento notável em 2023 (1047 casos), com um máximo em 2024 (1200 casos).
03 de fevereiro de 2025 | Redação 333.