Tudo o que você precisa saber sobre o circovírus suíno tipo 2

19-Fev-2025
X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
O controle integrando manejos, vacinas com ampla cobertura e adequados protocolos de tem um efeito extremamente positivo na produção da granja por reduzir o impacto da doença.

O circovírus suíno tipo 2 (PCV 2) é o agente responsável pelas doenças associadas à circovirose suína. São variadas as formas como o vírus se manifesta e os impactos que pode causar. As manifestações clínicas, como a Síndrome do Definhamento Multissistêmico (PMWS), a Síndrome da Dermatite e Nefropatia dos Suínos (PDNS), doença entérica associada ao PCV2 (PCV-ED), falhas reprodutivas associadas ao PCV2, bem como associação ao Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (PRDC), são bem conhecidas. O vírus circula por todas as fases de produção, causando prejuízos bastante significativos.

Por ser um dos menores vírus que contaminam os suínos, e por ser altamente resistente no ambiente, ele pode permanecer viável por um longo período nas instalações. Essas características de resistência, somadas a uma alta carga viral eliminada pelos animais infectados, são os motivos que fazem essa doença estar disseminada por todo o mundo onde a produção de suínos é praticada.

No Brasil, o vírus começou a ganhar importância a partir dos surtos que ocorreram no início dos anos 2000. O quadro predominante nesse período foi a Síndrome de Refugagem Multissistêmica (SRM) ou Síndrome do Definhamento Multissistêmico (PMWS). Desde então, constatou-se que a circovirose tem origem multifatorial, ou seja, é necessária a presença do vírus e de fatores estressantes para desencadear a sua atuação.

Os gatilhos para a manifestação do vírus seguem sendo estudados, mas sabe-se que fatores regulados por estresse de manejo e doenças concomitantes, como pneumonia enzoótica e influenza suína, aumentam a manifestação do vírus. Dessa forma, melhorias em manejos e controle de doenças presentes no sistema de produção têm um efeito muito positivo no controle da circulação do vírus.

Ainda no início dos surtos relacionados ao circovírus, François Madec estudou e sugeriu melhorias em pontos críticos de manejo. Essas orientações ficaram conhecidas como “Pontos de Madec”, e ainda hoje são uma ferramenta importante no auxílio para o controle do vírus, junto com a adoção da vacinação contra o circovírus.

Atualmente, a adoção de programas de vacinação contra circovírus em leitões é uma realidade consolidada e amplamente adotada no Brasil. E é nesse cenário que a infecção subclínica pelo PCV2 tem ganhado maior relevância, o que fez com que os protocolos vacinais fossem questionados quanto ao nível de homologia entre as variantes virais que circulam nas granjas e os antígenos das vacinas utilizadas. A homologia entre os vírus de campo e os antígenos vacinais determina o nível de cobertura destas vacinas frente às ameaças e impacta diretamente na eficácia dos protocolos vacinais.

A interferência dos anticorpos maternos que impactam a qualidade da imunização do leitão também tem sido considerada, esses anticorpos podem interagir com uma fração importante dos antígenos vacinais no momento da vacinação, reduzindo a resposta imunológica do leitão. A avaliação de Comparação do Conteúdo de Epítopos (EpiCC) entre vírus de campo e antígenos das vacinas determina o nível de cobertura das diferentes vacinas, bem como aponta as vacinas mais adequadas frente aos vírus que estão infectando os suínos na granja. Exames laboratoriais, como a Imunoperoxidase em Monocamada (IPMA), determinam a titulação dos anticorpos maternos a partir do soro de leitões em idade de vacinação e ajudam a direcionar o melhor protocolo a ser adotado pela granja.

O controle da circovirose integrando manejos, vacinas com ampla cobertura e adequados protocolos de vacinação tem um efeito extremamente positivo na produção da granja por reduzir o impacto da doença e seus desdobramentos. Esse conjunto de medidas comprovadamente melhora o ganho de peso médio, o índice de conversão alimentar, bem como reduze a mortalidade, o uso de medicamentos e a taxa de refugagem, o que aumenta a quantidade de animais de valor total no frigorífico. O retorno proporcionado pela adequada vacinação permite que a produção atinja os seus objetivos, otimizando investimentos e entregando mais carne ao frigorífico.

Texto escrito por Dalvan Carlo Veit, Gerente de Serviços Técnicos - Suínos.

X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
curtidascomentáriosFavoritos

Contato:

Entre em contato conosco através do formulário