Sistemas de alojamento de fêmeas suínas adaptados para gestação coletiva (1/4)

Nos últimos anos o termo ESG tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões e eventos ao redor do mundo. Esta sigla tem origem no inglês environmental (E), Social (S) e Govenance (G). E faz referência às ações das empresas no sentido de atribuir maior responsabilidade social, ambiental e de governança, gerando valor a todos elos da cadeia produtiva.

O ESG pode ser comparado a Sustentabilidade Empresarial, que busca dar visibilidade de maneira ampla às boas práticas utilizadas durante os processos produtivos. Nesta linha, as empresas assumem compromissos públicos nas diferentes dimensões (E, S e G) e devem ser transparentes com o mercado, fornecendo evidências a cerca da evolução das ações ao longo do tempo, possibilitando o envolvimento e acompanhamento dos stakeholders.

Um exemplo prático da aplicação deste conceito, pôde ser observado nos últimos 8 anos na cadeia suinícola com o tema Bem Estar Animal, mais pontualmente, com compromissos públicos assumidos para a adequação dos alojamentos das matrizes suínas, transformando as gaiolas de gestação individual em baias coletivas de alojamentos.

Diferentes públicos participaram ativamente do movimento, investindo importante esforço, com o objetivo de entender os reais desafios e oportunidades no tema. Fornecedores de equipamentos, empresas de genética, entidades públicas relevantes e universidades são exemplos de lideranças que tiveram participação ativa junto a esta jornada.

Imagem 1. Reunião realizada em 05/07/2016 com representantes do MAPA e ABPA – Silvia Camargos Quintela Mendes e Cleandro Pazinato, juntamente com representantes da Empresa Seara, José Ribas, na época Diretor do Centro de Inovação e Excelencia da Seara e o Coordenador de suinocultura, Vamiré Luiz Sens Junior. Fonte: Cleandro Pazinato - 2016.

Uma entre várias reuniões realizadas a respeito do tema de BEA, aconteceu nas instalações da Seara entre representantes do MAPA e Empresa. O objetivo principal era dialogar sobre as tendências do setor da suinocultura com foco Pontual nas "Gestações Coletivas". No momento foi abordado o panorama mundial referente ao tema, as oportunidades e desafios de melhoria e adaptações que seriam necessárias. Naquele época, já encontrávamos países com compromissos públicos assumidos quanto a migração das gaiolas para o alojamento coletivo.

Para José Ribas, ”a oportunidade de ser protagonista na transformação das celas individuais em gestações coletivas das granjas produtoras de leitões, reafirma o compromisso social e ético com os animais, proporcionando mais qualidade, agregando valor e mais um diferencial competitivo ao produto final”.

A JBS assumiu publicamente o compromisso da adequação das gestações em 08/09/2015, iniciando a jornada internamente, com a adequação das suas granjas próprias até 2016 e para nossos parceiros integrados, com o prazo de 2025.

De imediato os novos projetos já assumiram esta configuração, passando a adotar a gestação coletiva como premissa de layouts construtivos e manejos assumidos. Segundo Vamiré Luiz Sens Junnior, “o grande desafio desta jornada certamente reside na adequação das propriedades convencionais com uma amplitude enorme de formatação, demandando soluções customizadas de modo a não comprometer a sustentabilidade econômica da atividade. Conhecer a realidade das propriedades e entender profundamente o leque de opções de transformação pertinente, foi uma tarefa crítica, levada muito a sério pelo nosso time. Naquele momento, estávamos imbuídos de encontrar as melhores soluções para alavancar ainda mais o potencial das propriedades, mais uma vez muito comprometidos com a saúde econômica dos nossos parceiros”.

Imagem 2. Lideranças da suinocultura em Bem-estar Animal juntas no primeiro SEMINÁRIO TÉCNICO BRASIL SUL DE GESTAÇÃO COLETIVA DE MATRIZES SUÍNAS realizado em 08/09/2016 em Chapecó- SC. Fonte: Cleandro Pazinato - 2016.

O Seminário Técnico Brasil Sul de Gestação Coletiva de Matrizes Suínas, realizado em em Chapecó- SC no mês de setembro de 2017, foi marcante com a presença de agroindústrias, cooperativas, empresas de genéticas, empresas de equipamentos, produtores e lideranças no auditório, uma grande ansiedade fazia parte do ambiente, a substituição das gaiolas de gestação oferecia apenas a garantia de demandas de recursos financeiros para os investimentos, inputs ainda maiores de conhecimentos técnicos e tecnológicos para as propriedades. Naquele momento uma questão ficava latente em meio ao público, “como será viabilizado tamanha transformação?”

Dos primeiros passos até os dias atuais, muitas adequações já foram entregues, não se ouve falar em Bem Estar Animal de modo isolado, mas em Boas Práticas de Produção Animal.

A suinocultura desde então evoluiu muito, novas formas de produzir, maior domínio dos manejos, tecnologias, layouts fizeram parte desta jornada e é sobre isso que teremos oportunidade de mergulharmos nos próximos momentos.

Venha conosco entender um pouco mais sobre essa trajetória e ser mais um promotor das boas práticas de produção animal!

Autores: Vamiré Sens e José Antônio Ribas.