Protease como ferramenta ao melhor desempenho e menores custos produtivos
O uso de enzimas na nutrição de suínos é realidade há décadas. Fitase e carboidrases são usadas de maneira consistente e seus resultados mais que provados pela literatura mundial. Entretanto, o uso de proteases apresenta algumas lacunas no que diz respeito ao seu efeito e particularidades.
Todas as enzimas, sejam elas endógenas, ou seja, aquelas presentes no metabolismo dos animais, ou exógenas, aquelas que adicionamos propositalmente nas dietas a fim de melhorar a digestibilidade dos nutrientes, são bastante especificas. O que na prática significa que precisam de ambiente ideal no que diz respeito a temperatura, pH e umidade para que desencadeiem as reações de quebra dos nutrientes e substrato específico.
Fitases quebram o fitato e liberam o fósforo, xilanases atuam na parede vegetal liberando os xilanos e proteases agem na cadeia de aminoácidos, mas no caso de proteases, as especificidades são ainda maiores e, portanto, seus resultados mais divergentes.
As proteases podem se dividir, primariamente, em dois grandes grupos, as endoproteases e as exoproteases. Essa divisão se refere a qual parte da cadeia de aminoácidos que a enzima fará a quebra. As endoproteases atuam no meio da cadeia, e quebram a ligação peptídica com menor especifidade quando comparadas às exoproteases, que fazem a quebra nas extremidades, no final da cadeia aminoacídica.
Dentro do metabolismo dos animais, temos duas grandes endoproteases, a pepsina, atuando no estômago e a tripsina, atuando nas porções iniciais do intestino, principalmente no íleo. Já exoproteases, pode-se citar as carboxipeptidades a e b como exemplos.
Vale salientar que a tripsina é a forma ativa e, portanto, funcional do tripsinogênio, essa ativação ocorre a partir da presença de enteroquinase, que por sua vez, é dependente da presença de cadeias médias de aminoácidos na luz intestinal, ou seja, o próprio substrato age como desencadeador da produção enzimática pelo epitélio intestinal.
Uma vez ativa, a tripsina faz a quebra de cadeias de aminoácidos em partículas menores, porém, essas ainda não são passíveis de serem absorvidas e são, portanto, quebradas mais uma vez pelas exoproteases e só a partir disso, aminoácidos e pequenos peptídeos podem ser absorvidos pelo intestino. Agora, por sua vez, a tripsina que é responsável pela ativação das endoproteases, sendo ela que transforma as pró-enzimas em enzimas funcionais.
Esse conceito é de fundamental importância no entendimento da função de enzimas exógenas, porque diferente de outras enzimas, as proteases devem ser escolhidas de forma que auxiliem os processos endógenos além de digerir partes não disponíveis para os animais.
Posto isso, a Enzypac pro é uma endoprotease ácida, com ação comprovada tanto a nível estomacal (meio ácido) como intestinal (pH neutro), que auxilia a digestão de proteínas de maneira inicial e favorecendo o metabolismo dos animais nas demais etapas da quebra e absorção das proteínas e aminoácidos.
Para comprovação prática dos resultados da adição de Enzypac pro nas dietas de suínos, foi conduzido um experimento junto ao LPS-USP.
Foram utilizados 144 suínos na fase de crescimento e terminação, divididos em 5 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos foram divididos em T1 – Controle positivo, T2 – Controle negativo, T3 – Controle negativo +100g de Enzypac Pro, T4 – Controle negativo + 150g de Enzypac pro e T5 – Controle negativo + 200g de outra protease. Os animais foram alojados aos 63 dias de vida e os resultados podem ser observados na tabela 1.
Para o os cálculos econômicos, os custos de produção e preço de venda foram utilizados a bolsa do suíno da Associação Paulista dos Criadores de Suinos – APCS de junho de 2021.
Gráficos. Performance, crude protein digestibility coefficient (CPCD) and economic analysis of growing and finishing swine fed diets with proteases.
Peso 138 = Peso aos138 days de vida; GPDM 163-138= Ganho de peso diário médio até 138 dias de vida; CA 63-138= Conversão alimentar dos 63 até 138 dias de vida CDPB= Coeficiente de digestibilidade da proteína bruta; Custo Kg = Custo por quilograma produzido e LUCRO = Lucro por animal produzido. P = P valor no teste de tukey, considerado significativo quando P<0.05.
Conforme observado na tabela, houve diferença estatística para todas as varíaveis. Os animais que consumiram 100g ou 150g de Enzypac pro apresentaram resultados iguais ou superiores para ganho de peso e conversão alimentar e digestibilidade da proteína quando comparados aos grupo controle positivo e controle negativo. Já para custo por kg produzido, o tratamento que recebeu 150g de Enzypac pro apresentou o melhor resultado juntamente com T5. Quanto ao Lucro, os tratamentos que receberam Enzypac Pro foram melhores quando comparados com os tratamentos controles e o T4, que recebeu 150g apresentou melhor lucratividade.
Conslui-se, portanto, que o uso de Enzypac Pro pode ser utilizado como ferramenta ao aumento de performance e diminuição dos custos produtivos, favorecendo assim a maior rentabilidade para a produção.
Bem vindo a 3tres3
Conecte-se, compartilhe e interaja com a maior comunidade de profissionais da suinocultura.
Já somos 154604 Usuários!
Cadastre-seJá é usuário?