Peste Suína Clássica: como a biosseguridade pode auxiliar na erradicação

A Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença viral contagiosa que acomete suídeos domésticos e silvestres, causando uma das mais críticas doenças para produção de suínos no mundo. A PSC é definida como uma doença de notificação obrigatória, conforme a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). É uma enfermidade altamente transmissível, de alto poder de difusão e gravidade, podendo se estender além das fronteiras nacionais. Causada por um vírus RNA, a manifestação clínica pode ser aguda, subaguda ou crônica, dependendo da virulência da cepa do vírus, do estado imunológico e idade dos animais acometidos.

A transmissão da doença ocorre principalmente pela via oronasal, por contato direto entre suídeos infectados e suscetíveis, mas também ocorre por via indireta, por meio de pessoas, veículos, fômites, insetos, alimentos ou roupas contaminadas. Em se tratando de alta densidade populacional de suínos, e proximidade entre as granjas (em até 1 km), se evidenciou em um estudo, que pode haver transmissão aérea em curta distância.

(Imagem retirada do livro “Doenças virais de importância na produção de Suínos”, ABCS 2020)

Por esses motivos deve-se proibir a alimentação de suínos de criações de subsistência com restos de alimentos (lavagem), assim como promover a limpeza e desinfecção de fômites, equipamentos, veículos e o correto descarte das carcaças, excretas e cuidado acondicionamento de lixos.

A adoção de medidas de Biosseguridade tem a sua importância no combate e controle da PSC, são elas:
Medidas inespecíficas - cercas ao redor das propriedades para prevenir a entrada de suídeos asselvajados ou outros animais, criação de suínos separados por grupo etário, seleção rigorosa da origem dos animais a serem introduzidos no plantel, alimentação adequada, monitoramento constante do índice zootécnico do rebanho;
Medidas específicas - vacinação;
Medidas gerais - educação sanitária aos produtores, funcionários da granja e demais elos da cadeia, em medidas de profilaxia, assim como comunicar qualquer doença de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Não há tratamento disponível para a PSC e, em caso de detecção de focos, o sacrifício sanitário dos animais doentes e seus contatos diretos e indiretos, além de outras medidas de defesa sanitária previstas em legislação, são aplicadas (Decreto nº 24.548, de 3/7/1934, Instrução Normativa nº 6, de 9/3/2004, e Instrução Normativa nº 27, de 20/4/2004).

Respostas ao foco:

•  Abate dos suínos em fazendas infectadas;
• Descarte seguro das carcaças e desinfecção dos arredores, já que os suínos doentes podem liberar vírus até o momento da morte;
• Limpeza e Desinfecção do material utilizado no sacrifício dos animais, inclusive transporte;
• Desinfecção completa das instalações;
• Definição da zona infectada com controle de movimentação dos suínos;
• Investigação epidemiológica detalhada com rastreabilidade das possíveis fontes e focos de disseminação da infecção;
• Vigilância da zona infectada e áreas limítrofes, incluindo desinfecção de veículos que podem vir a transitar em áreas livres da doença.

A PSC traz prejuízos sanitários e socioeconômicos graves, principalmente pelas perdas diretas e pelas restrições comerciais impostas a produtos oriundos de áreas não livres da doença.

Esteja sempre em dia com as medidas preventivas e Biosseguridade da sua granja. Ao escolher uma química para a desinfecção, é preciso estar atento a diversos pontos, como a eficácia na eliminação do patógeno em questão; tempo de contato; pH da química (já que o vírus da PSC é estável entre pH 5-10 e rapidamente inativado ao pH <3.0 ou pH >11.0); eficácia em água dura, segurança para os animais, colaboradores e meio ambiente.

Virkon^TM S é um desinfetante multiuso com química oxidativa, sua solução tem pH ácido e é comprovadamente eficaz na eliminação do vírus da PSC.

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Gisele Ravagnani

Médica Veterinária, Analista Técnica em Desinfecção - LANXESS

Fontes bibliográficas

Epidemiologia e profilaxia da Peste Suína Clássica. In: ABCS . Doenças virais de importância na produção de Suínos. Brasília, 2020.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano Brasil livre de PSC. 2019

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