Depois de recuo nas cotações do suíno preços estabilizam no início do ano
Com o arrefecimento da demanda de final de ano, houve uma acomodação das cotações do suíno vivo e da carcaça na segunda quinzena de dezembro/24, se estendendo para o início de janeiro/25 (gráficos 1 e 2). A queda abrupta nas cotações foi contida porque não há excesso de oferta no mercado doméstico e a disponibilidade está ajustada a demanda, normalmente mais “fria” no início do ano, quando o consumidor tem inúmeras outras despesas para suportar.
As exportações brasileiras de carne suína fecharam 2024 com novo recorde, totalizando 1,18 milhões de toneladas de carne in natura (tabela 1), 8,5% mais que 2023. Depois de cinco meses de exportações superiores ao mesmo período do ano passado, em dezembro/24 houve uma queda nos volumes embarcados, tanto em relação a dezembro de 2023, quanto em relação a novembro/24.
Quando se avalia os destinos das exportações brasileiras em dezembro/24, é possível verificar que dois importadores relevantes, que já vinham dando sinais de queda em novembro/24, FILIPINAS e MÉXICO, apresentaram nova queda em dezembro, o que contribuiu bastante para a redução total dos embarques (gráficos 3 e 4).
Analisando o total exportado, entre in natura e processados (tabela 2), os volumes de 2024 (1,337 milhões de toneladas) ultrapassaram os 10% de crescimento em relação a 2023, sendo que o faturamento em dólar cresceu quase 8%, totalizando mais de 3 bilhões de dólares de receitas com exportações em 2024.
Apesar do recuo das exportações em dezembro, as Filipinas, no acumulado do ano de 2024, ultrapassaram a China no total exportado (in natura + processados), com 254,3 milhões de toneladas contra 241 milhões do gigante asiático.
Outro fator consolidado nas exportações brasileiras de carne suína é a pulverização dos destinos, como mostra a tabela 3, a seguir, tendo a redução das compras de China e Hong Kong compensadas não somente pelas Filipinas e México, com destaque para o crescimento dos embarques para Chile, Japão, Singapura e outros que, em 2024, totalizaram 121 destinos.
Sobre os insumos o último levantamento de safra da CONAB não trouxe alterações significativas nas projeções de produção de grãos. As colheitas da soja e do milho-verão já estão ocorrendo. Segundo o Mbagro, o milho, no mercado interno, segue trajetória de alta no início do ano (gráfico 5). Estoque reduzido e perspectiva de colheita restrita para a demanda até a entrada da safrinha pressiona a cotação; mais para frente é esperada queda de preços à medida que se consolida uma safrinha em bons números e melhora do abastecimento no segundo semestre. Em 17/01 a B3 apontava R$ 79,90/saca de 60kg para março/25 e R$ 71,90 para setembro/25.
Apesar deste movimento de alta do mercado de milho e recuo das cotações do suíno em janeiro/25, em relação ao final do ano passado, ainda se estima boas margens na atividade no momento e, no balanço de 2024 (tabela 4), o setor acumulou margens bastante satisfatórias, quando comparado com o ano anterior.
Considerações finais
“Como já era esperado as cotações do suíno, na entrada de 2025, se acomodaram em patamar similar ao do terceiro trimestre do ano passado, demonstrando um certo ajuste entre oferta e procura”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. A expectativa de bons volumes de exportação, aliado à produção estável mantém a tendência de estabilidade ou até pequena alta dos preços, conforme a retomada de uma maior demanda nas próximas semanas”, conclui.
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