0
Monitoramento individual 24 horas por dia/ 7 dias por semana
Em uma produção com um número crescente de animais por trabalhador e onde o bem-estar animal se torna mais relevante a cada dia, a tecnologia permite a comprovação documental de que os animais são supervisionados 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além disso, muitos critérios de bem-estar ótimo são idênticos aos critérios produtivos (consumo / acesso a água e alimentos, ambiente adequado em relação a temperatura e qualidade do ar, prevenção de comportamentos como canibalismo de cauda, etc.).
Distribuição do tempo: os animais, dependendo de sua idade, estado fisiológico e outros fatores, necessitam de várias horas (mais ou menos determinadas) para descansar, comer, beber, interagir, etc. É o que chamamos de "distribuição do tempo diário". Quando um animal ou grupo se desvia significativamente da sua “distribuição por hora por atividade”, isso pode ser indicativo de um problema ou mudança de status. Situações como uma fêmea que permanece imóvel por mais tempo do que o normal, uma fêmea que anda pela baia com maior frequência, uma porca que apresenta maior agitação na maternidade ou um grupo de animais que passa muito mais tempo no cocho habitual, podem ser indícios de um animal com início de claudicação, de uma fêmea repetindo cio, de uma porca que está prestes a parir ou de um problema no abastecimento de água de uma baia.
Definir normalidade – identificar anormalidade
Procuramos que a tecnologia identifique padrões de comportamento e crie alertas quando ocorrer um desvio significativo. Você deve avaliar as tendências gerais (por exemplo: mudanças no consumo de água em uma baia e / ou fazer o acompanhamento de um animal individual (por exemplo machos em um Centro de Inseminação apresentando febre).
A tecnologia deve identificar a normalidade e o que foge dela. Por exemplo: em um estudo que avaliou imagens obtidas com câmeras 3D, a posição da cauda foi relacionada ao aparecimento de mordidas, estabelecendo que uma semana antes do início das mordidas, foi observada a proporção máxima de suínos com posição anormal baixa da cauda.
Para chegar a este resultado, a tecnologia deve ser capaz de registrar as imagens, reconhecer automaticamente a parte da imagem que corresponde à cauda dos diferentes animais, bem como determinar sua posição (cauda alta ou posição baixa) e avaliar mudanças significativas na postura. E tudo isso em condições de luminosidade variáveis, com presença de fezes, ambientes e superfícies diferentes, idades e tamanhos variáveis, animais sobrepostos e em movimento, etc. Além disso, como em qualquer elemento de diagnóstico, busca-se que não sejam gerados "falsos positivos" na forma de alertas desnecessários que eliminem a confiança no sistema ou "falsos negativos" como eventos que não são detectados.
Desafios para a implementação das novas tecnologias
Nem todas as tecnologias que estão sendo testadas ou desenvolvidas se tornarão produtos aplicáveis em granjas. A tecnologia deve ser funcional, responder a uma necessidade específica e fácil de usar pela equipe, uma vez que a aceitação pelos funcionários é a chave para o seu sucesso.
É fundamental integrar a experiência dos produtores no desenvolvimento das tecnologias para identificar e resolver os problemas práticos de implementação.
A tecnologia deve ser confiável e robusta considerando o ambiente de trabalho nas instalações (umidade, gases, nível de iluminação, presença de pragas, etc.) Por exemplo, o uso de câmeras é impossível em granjas com grande presença de moscas, pois sujam as lentes e interferem na imagem. Os dispositivos devem permitir lavagem e desinfecção adequadas.
A necessidade de acesso à Internet pode ser limitante para algumas áreas. O uso dos equipamentos (sensores, etc.) em contato com os suínos deve considerar seu comportamento exploratório e capacidade destrutiva. Algo tão simples como a necessidade de conectar um dispositivo a energia pode tornar a tarefa muito complicada se os plugues forem limitados e você tiver que encontrar uma maneira com que vários metros de cabo fiquem fora do alcance dos animais.
Valorizando o benefício como um todo
Um dos primeiros desafios é avaliar o benefício que as novas tecnologias geram em todo o processo e para toda a cadeia. Tomemos como exemplo o monitoramento do consumo de água. Um consumo menor do que o esperado pode nos alertar precocemente para problemas sanitários, problemas de qualidade da água ou deficiências na instalação. O consumo excessivo pode indicar problemas de vazamento de água e também está diretamente relacionado a uma maior geração de rejeitos. O consumo de água é elemento fundamental para garantir a correta produção e bem-estar dos animais.
As opções de análises de dados são inúmeras, mas somente serão úteis se todos os relatórios forem traduzidos em informações precisas que permitam uma tomada de decisão correta.
A proporção de animais por funcionário continua aumentando e a zootecnia de precisão passa a ter foco na supervisão dos trabalhadores, como quando os sistemas eletrônicos de alimentação das fêmeas alertam sobre os animais com consumo inferior ao usual. Mesmo assim, o trabalho de observação de animais nunca será totalmente substituído por uma lista de avaliação de um programa computacional.
Redação 333.
