28 março
Situação do setor suíno na América Latina – Reinaldo Cubillos (Chile)
Comunicação e marketing são importantes no mundo da pecuária. Um profissional que não domina as informações econômicas terá dificuldade em se orientar. É baseado em uma fonte de dados na qual eles trabalharam por dois anos. O Brasil tem um plantel de 3.040.000 matrizes e o México 1.320.000, Argentina 390.000, Colômbia 224.000, Chile 185.000, Peru 150.000. Densidade de habitantes por matriz: Nicarágua 1.382, Honduras 1.296, Brasil 71, México 97, Chile 106, Argentina 119, Equador 133. Como foi o crescimento da América Latina entre 2010-22? Taxa média interanual de 4,4% e crescimento de 66,7%. A produção cresceu entre 2021-22 em 4,2%, com importações de +5,6%, exportações de -6,1% e consumo aparente de +6,5%. Produção por país: Brasil +5,2%, México +2,6%, Argentina +3,9%, Venezuela +7,2% e Chile -2,1% (América Latina 8,7 milhões de toneladas = +4,2%). Lição: evite crescer sem controle e sim estrategicamente. Uma vantagem significativa é estar livre de PSA. Nas exportações, o Brasil caiu -1,6%, o Chile -12,4%, o México -11,9% e a Argentina -68,5% (queda de 1,6 milhão de toneladas). O consumo aparente aumentou 6,5% (8,9 milhões de toneladas): Brasil +7,3%, México +8,1%, Argentina +6,6%, Venezuela +7,4%; O Brasil é autoprodutor – autoconsumidor (4.068.029 toneladas) em relação ao México, que depende 50% das importações (2.944.673 toneladas). A América Latina tem uma soberania alimentar de 80% (8.879.888 toneladas). Consumo per capita: México 23 kg, Brasil 19,5, Argentina 16,8, Chile 19,9. Quais são as projeções a partir de 2023 e ao longo prazo? A partir do COVID-19, o mercado de carne suína está altamente sujeito à especulação, crescimento, importação e exportação. A América Latina continuará crescendo, +2,3%, as exportações aumentarão, +3,9%, e o consumo, +1,7%. Quais são os desafios na associatividade? Proteger o tecido empresarial como em Espanha (modelos de integração) ou da forma que o que é maior seja mais forte. Apostar no mercado livre com os principais desafios: aumento do consumo consciente, biosseguridade abrangente, evitar a criação de monopólios e inflexibilidade produtiva para o comércio. As soluções associativas seriam: criação de valor social no desenvolvimento rural, controle social e sanitário para o desenvolvimento da consciência comunitária, desenvolvimento de capacidades produtivas e empresariais e uma abordagem produtiva flexível às mudanças que possam aumentar o portfólio de comercialização.
A importância e o custo dos dias não produtivos – Laura Batista (México)
Os dias não produtivos, DNP, são definidos como todos os dias em que uma fêmea não está prenhe ou amamentando, ou seja, todos aqueles em que ela está gerando mais despesas do que receitas. O valor econômico de um DNP oscila entre 3-3,5 $/matriz (ao redor de R$20,00/matriz). Compare duas situações com 45 e 70 DNP, o que implicaria ter 30 ou 27,7 leitões desmamados/fêmea/ano e 2,31 vs. 2,13 ciclos produtivos por porca ano, o que equivale a 14,95 kg/fêmea/ano que não carregam nenhuma despesa extra, sendo os custos fixos e o consumo de ração por ano da fêmea, também padrão. Existem quatro categorias no DNP: dias de entrada no primeiro cio (25% de impacto), dias desde o desmame até o primeiro cio (25%), dias de cio até a concepção (30%) e duração da lactação (10% de impacto). Nos dias de entrada no primeiro cio, é fundamental acordar o horário de substituição e aclimatação das leitoas de reposição. No segundo ponto do IDC, o manejo alimentar na lactação é essencial. No terceiro ponto, dias entre o cio e a concepção, temos a taxa de fertilidade, a detecção da prenhez e a porcentagem de descarte. Neste ponto, a aclimatação e gestão das fêmeas, tanto reprodutivas como sanitárias, é um ponto chave de sucesso (Dra. Sandra Edwards, W. Peralta, PigChamp ProEuropa). O abate prematuro tem um impacto negativo, assim como as repetições, abortos e matrizes mortas (afetando a moral dos trabalhadores e problemas de bem-estar animal), que acumulam dias não produtivos. As leitoas, devido ao seu melhoramento genético, atingem o pico de produção (3ª a 6ª), mas apresentam um estado imunitário mais desfavorável, testemunhando, nesta altura, um pior estado geral de sanidade. Se acrescentarmos a isso que a taxa de renovação anual é muito alta, o risco à saúde é maior. O treinamento da equipe é crítico, assim como a análise precisa dos dados.
Fundamentos da ultrassonografia e estudo das falhas reprodutivas – Rafael Pallás (Espanha)
Falhas de reprodução adicionam dias não produtivos. Para trabalhar em granjas podemos utilizar aparelhos de ultrassom com boa qualidade de imagem, custo acessível, sem fio, replicáveis em PC-phones, sondas setoriais x lineares e convexas (gordura e músculo dorsal). No ultrassom vemos imagens hiperecogênicas (produzidas por gases e estruturas que refletem o ultrassom como tecido ósseo, tecido fibroso, cálculos e calcificações) e imagens anecóicas (imagens produzidas por estruturas que não refletem, mas sim transmitem ondas como bexiga, cistos, folículos ovarianos). Importante diferenciar intestino, bexiga e útero. De 22 a 23 dias as vesículas embrionárias podem ser vistas claramente (em 72 horas seu desenvolvimento é considerável). Dentro de cada vesícula embrionária desenvolve-se uma ventosa. Recomenda-se fazer dois diagnósticos ultrassonográficos: 23-28 dias e 30-35 dias (tempo em que não podem reabsorver quando começam a desenvolver estruturas ósseas). O diagnóstico da puberdade é importante para definir a produtividade ao primeiro parto, que influencia toda a sua vida produtiva. Com o ultrassom padrão podemos analisar o tamanho e a posição do útero (determinação da puberdade nulípara). O aparelho genital das fêmeas púberes tem maior capacidade e menor taxa de reabsorção devido à melhor implantação, por causa da distância entre cada embrião fixado. Através do ultrassom podemos determinar um cisto folicular (>10 mm), degeneração ovariana policística e diferenciá-lo do corpo lúteo. As reabsorções embrionárias são difíceis de ver por ultrassom, facilitando o diagnóstico de endometrite. Outras patologias que podem ser vistas por ultrassom são depósitos de cálcio ou calcita na bexiga (pontos ou escamas brancas). A determinação do tamanho dos folículos no momento do desmame (4,4 a 2,4 mm) pode ser feita com o ultrassom e com base na condição corporal no momento do desmame, que determina o tamanho da leitegada no próximo ciclo. Devemos estar atentos ao efeito negativo da vacinação durante a lactação sobre o consumo de ração e a qualidade dos folículos ao desmame.
Hiperprolificidade e restrição de crescimento intrauterino – Fernanda Almeida (Brasil)
A restrição do crescimento intra-uterino não afeta apenas os suínos, mas também os humanos. Atualmente, nas matrizes hiperprolíficas, este problema tem-se agravado. Entre 2006 e 2021, aumentaram 2,8 leitões nascidos vivos e extrapola-se que até 2060 aumentarão 6,5. As desvantagens são a menor uniformidade dos leitões, a maior porcentagem de leitões pequenos, a maior mortalidade e os menores parâmetros produtivos dos leitões de baixo peso. A restrição de crescimento intrauterino (UTUG) é definida como a condição em que o feto não expressa seu potencial de crescimento de acordo com a idade gestacional. Isso compromete fisiologicamente sua reserva energética e sua capacidade de termorregulação, além de reduzir o consumo de colostro e gerar desvantagens para competir por tetos com outros leitões normais. A placenta da porca é desproporcionalmente pequena, com fluxo sanguíneo placentário reduzido, expressão reduzida de transportadores de aminoácidos e receptores de glicocorticóides e área de superfície aumentada para troca de nutrientes. Um leitão normal tem um cérebro de cerca de 20 g e um fígado de 29 gramas (relação de 0,68), enquanto um leitão com crescimento intrauterino retardado tem uma relação de peso cérebro/fígado de 2,08 (20 g de cérebro e 9,6 gramas por fígado). fígado) . O crescimento e peso final aos 150 dias é consideravelmente menor no TUGI em relação aos leitões nascidos com peso normal, além de apresentar maior mortalidade e pior qualidade da carne (mais gordurosa). O desenvolvimento placentário é muito menor nos leitões TUGI, devido ao tipo de placentação epiteliocorial das porcas: fetal (endotélio, mesoderma e trofoblasto) mais materna (epitélio endometrial, tecido conjuntivo e endotélio). O desenvolvimento intestinal (relação vilosidades/criptas) é menor nestes leitões, o que significa uma maior imaturidade digestiva (maior taxa de apoptose intestinal = mais morte celular) que compromete o seu potencial de crescimento até aos 150 dias de vida. Quanto à atividade enzimática, os leitões TUGI aos 65 dias de vida apresentam menor capacidade de degradar carboidratos e proteínas (amilase e quimotripsina). Seu desenvolvimento muscular também fica comprometido (diâmetro das fibras musculares, densidade das fibras musculares e número total de fibras musculares), encontrando-se em menor quantidade em todos os parâmetros estudados desde o nascimento até os 150 dias de vida, ao mesmo tempo que as proteínas que compõem o músculo também são alterados (miofibrilas tipo I, IIa, IIb e llx), o que afeta a qualidade da carne. Também sabemos que as marrãs nascidas com menos de 1 quilo de peso vivo terão uma vida reprodutiva pior, pois têm níveis mais baixos de certos hormônios sexuais, por isso não devemos deixar nenhuma porca nascida com baixo peso para reprodução futura, e claro marrãs ITUG .
29 março
Situação da sanidade dos suínos na América Latina – Álvaro Ruiz (Chile)
Os países latino-americanos têm diferentes condições sanitárias e até mesmo dentro das fazendas, com diferentes proporções de sistemas de produção tanto intensivos (Chile) quanto extensivos/de quintais, diferentes climatologias (temperatura, umidade, altitude), idiossincrasias e costumes das populações, variações nos programas terapêuticos entre países, diferentes capacidades e discrepâncias nos diagnósticos laboratoriais, bem como a evolução de microorganismos (gripe). A América Latina possui 70% das fazendas entre Brasil e México, com pouco mais de 4,5 milhões de fêmeas reprodutoras (Chile 185.000 com todas as fazendas com mais de 700 mães). Existem muitos agentes infecciosos comuns à maioria dos países: micoplasmas, Actinobacillus pleuropneumoniae, Lawsonia intracellularis, Brachispira hyodisenteriae, Glaesserella parasuis, Streptococcus suis, bem como Pasteurella multocida A e D, Bordetella bronchiseptica, Escherichia coli, Clostridium perfringens, Clostridium difficile, Salmonella cholerasuis , Erysipelothrix rhusiopathiae, leptospira e Staphylococcus aureus. Esses agentes coexistem com uma série de vírus como: citomegalovírus, parvovírus, circovírus suíno 2-3, influenza, PRRS (não na Argentina nem no Brasil), adenovírus, rotavírus e doença vesicular associada ao senecavírus (não na Argentina, mas presente no Chile). 2022, Brasil e Colômbia 2017). Os focos de gripe aviária na Colômbia e no Chile pioraram, mas, de janeiro de 2020 a março de 2023, os surtos globais de gripe aviária foram extremamente numerosos e preocupantes. No Chile, erradicaram o PRRSv e voltaram a ser infectados. Programas em países PPC-positivos são realizados no Peru, Brasil e Equador (gratuitos na Argentina e no Chile). A ASF está no Haiti e na República Dominicana. O vírus da diarreia epidêmica suína foi diagnosticado no Peru, Colômbia e Equador desde 2013 (não na Argentina, Brasil e Chile). Outras doenças menos frequentes, mas presentes, são a doença de Aujeszky na Argentina, a febre aftosa em bovinos e a gastroenterite transmissível.
As principais considerações que devemos levar em conta são o tipo de produção e sua distribuição (quintal, tamanho da fazenda, semi-intensiva ou extensiva), o estado sanitário da região ou país, a capacidade diagnóstica do país, a facilidade de deslocamento de pessoas e insumos entre países e continentes (microorganismos viajam de avião de primeira classe). Devemos nos preocupar com o controle e circulação de doenças, que depende de todos, é um trabalho público-privado, sendo fundamental a biossegurança, conscientizando os viajantes e a população.
Mesa redonda de biosseguridade: Moderadora Adriana Pereira
Patty Peña (México) – No México, existem várias fazendas que implementaram o sistema de biossegurança proveniente da alimentação humana. As regras devem ser claras, fornecer elementos que cumpram os processos, treinamento e conscientização, acompanhar os processos, ouvir os envolvidos e estudar possíveis mudanças e, caso ocorram, documentá-las, sendo fundamental verificar. Como exemplo, dá a lavagem e desinfeção de viaturas (formatos, listas de ações e documentos) para terem rastreabilidade. A logística de tempo de todos os caminhões e a consideração do estado de saúde entre as fazendas são essenciais. El TADD – Descontaminação e secagem termoassistida na higienização de caminhões (>70ºC por uma hora), sendo fundamental a verificação da lavagem e desinfecção (análise de superfície ou matéria orgânica pontualmente em reentrâncias - teste de hidróxido de peróxido ou catalase), luminômetro em unidades de luz relativa < 430 URL/ 100 cm2 para a enzima luciferase que detecta agentes infecciosos em diferentes áreas de produção, somado ao teste CMT que detecta leucócitos como processo infeccioso no caso de centros de inseminação (sêmen), ao qual adiciona PCR em sangue de javali para PRRS e gripe. Em relação ao fluxo de caminhões, a GSP acompanha o trânsito para minimizar o risco, que sempre existe. Em algumas fábricas de rações estabelecem-se as mesmas medidas de biossegurança das granjas, com troca de roupas, chuveiros, além do fato de que todos os produtos provenientes da China são colocados em quarentena e desinfetados. Compare a biossegurança com um relógio suíço, que deve ser preciso, complexo e rigoroso, de forma que se torne uma engrenagem primária da produção.
Abby López (Guatemala) – A biossegurança deve ser estabelecida como um processo de credibilidade interna com total convicção, deve ser simples, extensível a todos os trabalhadores e não deve ter limite, com melhorias constantes nos protocolos. Eles estabelecem um projeto decorrente do fato de que nem todos os envolvidos têm as mesmas capacidades. Seu objetivo é criar e consolidar essa cultura de biossegurança. Passaram por várias fases: avaliação do estado inicial através da revisão dos protocolos anteriores, criação de normas de processo, formação de embaixadores, implementação e manutenção e reforço. Eles estabelecem uma classificação por grupos: colaboradores permanentes da fazenda (grupo A), colaboradores de apoio e serviços terciários (grupo B) e visitas esporádico-corporativas (grupo C), com uma estratégia específica para cada grupo. No grupo A, precisamos de embaixadores de biossegurança treinados para treinar, encarregados de promover a cultura de biossegurança, observadores e buscadores de soluções para cumprir a cultura de biossegurança e obter empoderamento. Possuem uma escola de biossegurança com uma grade curricular como material de apoio e reforço que é atualizada para padronizar os processos, realizando avaliações por módulos. Existe um comitê específico de biossegurança que se reúne mensalmente em cada fazenda para identificar pontos fracos e implementar melhorias. O grupo B é subdividido em grupo 1, que são os colaboradores de apoio interno da fazenda, e grupo 2, que são pessoas externas. No grupo 1 estão os veterinários que gerenciam o passaporte e o visto de biossegurança que supervisionam o fluxo de visitas às fazendas (carimbadas em cada fazenda). O visto é atualizado anualmente com base no cumprimento preciso. O Grupo C consiste basicamente em um processo de sensibilização com informação ao nível da empresa e rotulagem das explorações. Os membros do projeto são veterinários, pessoal de controle de qualidade, recursos humanos e gestão e apoio à gestão. Eles têm uma matriz de sanções: leve a severa. É importante realizar manutenção e reforço continuamente (lista de verificação e comparações entre fazendas, comunicação de modificações e manutenção de vigilância). Eles também fazem uma pesquisa de satisfação, com o compromisso de não possuir porcos, agendando visitas às fazendas e conhecendo os vizinhos.
Guillermo Ramis (Espanha) - Como produzir com mais e menos PRRSv? Ele explica um projeto da Universidade de Murcia com Jisap (90.000 porcas – em 11 fazendas e 16.187 porcas em estudo) com o programa Boehringer Ingelheim Combat. A ideia é avaliar a biossegurança, o plano de melhoria das instalações e manejo adaptado à estabilidade, reavaliação, avaliação da melhoria produtiva, sanitária e econômica. Relativamente à segurança interna, externa e de gestão, melhoram em todas as explorações uma vez aplicadas as medidas a partir de 2019, melhorando em todos os dados zootécnicos em 2020 e 2021, exceto na mortalidade da lactação e no peso ao desmame, com uma melhoria de >2 leitões/porca/ ano, assumindo um desempenho de 10,10/1, sugerindo que o efeito da melhoria na biossegurança se mantém ao longo do tempo. Investir em biossegurança é rentável.
Mesa redonda de genética – Moderador Alberto Stephano
Guillaume Lenoir (França) – A Axiom é a primeira empresa em França, com 3 linhas maternas com 4.800 porcas em selecção (18.000 GGP no mundo 6.000 em França, 4.000 em Espanha e 8.000 na China) distribuídas em 13 explorações e três linhas paternas, com 1.200 porcas em selecção. A base de seleção centra-se nas qualidades maternas (mais desmamadas com mais peso), melhora a eficiência alimentar e qualidade da carne, mais robusta, baseada em genômica.Estão a desenvolver o projeto Gerónimo, baseado em epigenética, sequenciação e inteligência artificial. Nos últimos 6 anos houve um aumento de 1,8 e 2,2 nascidos vivos nas linhagens Large White e Landrace respectivamente. O potencial de prolificidade em linhas puras é de 15,5 nascidos vivos sem degradar a sua qualidade (homogeneidade e peso ao nascer), optando por melhorar a homogeneidade nas linhas maternas (reduzir leitões com menos de 1 kg e melhorar a sua maturidade). Já pesaram mais de um milhão de leitões aos 21 dias de vida com o objetivo de melhorar o peso ao desmame, avaliando a capacidade de desmame das porcas (peso médio dos leitões e peso da ninhada). Em relação ao número de mamas, em 2022 elas têm uma média de 16,9 e 16,8 mamas em Large White e Landrace respectivamente. A seleção para eficiência alimentar ocupa 65% do melhoramento genético em Pietrain macho (30% de crescimento) e 31% em linhas maternas (30% de qualidade de leitões e 26% de prolificidade e capacidade de desmame). Eles usam sistemas de alimentação automática Nedap para testar o consumo de ração individual em seus centros, melhorando a taxa de conversão entre 0,14-0,15. As últimas inovações baseiam-se na avaliação da eficiência digestiva em energia e nitrogênio em escala individual.
Leticia Joaquim (Brasil) – A Choice Genetic é uma provedora de soluções. Fenótipo = Genótipo + Ambiente. Seu objetivo é melhorar a eficiência cuidando da biologia e do bem-estar (capacidade de sobrevivência, comportamento, robustez e resiliência). Suas linhagens maternas são duas M3LW dóceis, de fácil manejo e maternais, juntamente com a M6 Landrace, com alta produção de leite, alta reprodução e estável. Deles sai o CG36, com alto instinto materno (média de 16 tetas e baixa mortalidade 4%). Nos últimos três anos, os nascidos vivos aumentaram 4% e os natimortos diminuíram 13%. Em sua projeção para 2028, seu potencial de nascidos vivos está entre 16,7-17,7. Essas cerdas passam 47% do tempo deitadas e raramente se sentam, reduzindo o risco de esmagamento. As linhagens paternas são P90 de alto crescimento, P81 de alto crescimento e eficiência e P26 de qualidade de carne. As linhas terminais concentram 45% de sua seleção na melhoria da alimentação. Eles estão trabalhando para o futuro com parto livre, proibição de corte de cauda, proibição de castração (Edição 0 – sem risco de odor sexual) e o Projeto Pic'let baseado na taxa de sobrevivência (avaliar a maturidade dos leitões por imagem).
Ramón Martínez (México) – A Danbred investe mais de 20 milhões de dólares anualmente em pesquisa e desenvolvimento, tentando alcançar mais mercados americanos e asiáticos. Eles enfatizam a saúde de seus funcionários e a seleção de profissionais em cada uma das áreas de produção. É uma empresa genética totalmente integrada. A Seges é o centro de pesquisa, que pertence aos produtores dinamarqueses com 51% do capital, à DanBred com 24,5% e o restante à DansAgro. As fazendas de núcleo são encontradas apenas na Dinamarca e os multiplicadores estão em todo o mundo. Eles estão localizando centros estratégicos de inseminação em diferentes países. Eles partem de uma fêmea York, outra Landrace, uma híbrida e um macho Duroc. Têm 23 núcleos GGP em DK: 2.200 porcas Landrace, 2.200 York e 1.800 Duroc. Agora eles estão trabalhando com metabolômica. Suas bases de seleção de linha materna focam 60% na produtividade (crescimento desde o nascimento até 30 kg, conversão, rendimento magro), 34% robustez (sobrevivência, vitalidade do leitão, conformação e longevidade) e 6% em dados reprodutivos (tamanho da ninhada). Na linha masculina, 80% é focado em produtividade e 20% em robustez. Os dados que estão obtendo são: >1000 g/d de 30 kg no abate, 2 conversões e 62,5% de rendimento de carne magra. Na Dinamarca existem explorações com até 45 leitões/porca/ano. Os objetivos de seleção são focados na interação social, habilidade materna, alta produção de leite, viabilidade dos leitões, redução da mortalidade.
Nicolas Álvarez (Espanha) – Hypor Hendrix tem cinco unidades de negócios e cinco espécies. Seu centro de P+D+I concentra-se em ciência de dados, fenotipagem aprimorada, tecnologia de sensores e inteligência artificial. Critérios ambientais, sociais, econômicos e sustentáveis. A filosofia de seleção começa com uma porca calma e eficiente (supermãe), com alto peso ao nascer e vitalidade, com porcos de engorda homogêneos e boa eficiência baseada tanto na linha materna quanto no macho. Padrões de produção: 16 nascidos totais, 16 porcas, 1,5 kg ao nascer, 95% porcos de valor total e 98% adaptados aos critérios do matadouro. O desafio é oferecer soluções em toda a cadeia alimentar. Para o produtor, os desafios são lucratividade, alojamento, custos de ração, comportamento animal, antibióticos e mortalidade; para a indústria, rentabilidade, mão de obra, eficiência, valor da carne e sustentabilidade. Uma bisavó tem efeito sobre 22.500 animais, por isso a coleta de dados e os procedimentos são essenciais com base na genética circular. A seleção da cadeia passa por quatro fases: FI, medindo todo o ambiente do núcleo como uma aproximação ao valor comercial (aplicativo móvel facilitando o fluxo de dados das fazendas satélites para o núcleo genético); FII, agregando novos caracteres e utilizando novas tecnologias (inteligência artificial com registros individuais de consumo - crescimento, modelagem contínua de peso-tamanho e conformação, termografia infravermelha para classificar animais e identificar perdas de calor e energia, edição genética para prevenir o odor de macho inteiro); FIII, integrando toda a informação na cadeia de valor (novos fenótipos para otimizar os fluxos de animais) e FIV está medindo tudo na cadeia e encontrando os genes certos no ambiente dos núcleos (big data – data analytics, modelagem de dados e visualização de dados) , o que implica uma mudança drástica na abordagem atual do melhoramento genético.
Mariana Bertón (Brasil) – Topigs. Em 1958 Norsvin Landrace começou. Eles estimam o valor genético através do BLUP desde 1975 e fazem seleção genômica desde 2001, com um progresso genético de 30-50%. Eles são baseados em quatro plataformas: reprodução, robustez e bem-estar animal, nutrição e eficiência alimentar, bem como carcaça e qualidade da carne. Todos os quatro são abraçados pela genética e genômica. Eles têm centros na América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e África. Nos últimos cinco anos, reduziram a mortalidade de leitões lactentes, aumentando o total de nascimentos, nascidos vivos e desmamados vivos. A visão do futuro a cinco anos: mortalidade no parto <8%, 88% das porcas com 16 tetas viáveis, ninhadas mais uniformes e menos prolapsos. As tendências estão voltadas para as necessidades dos consumidores: impacto ambiental, biossegurança, bem-estar, qualidade da carne, rastreabilidade, redução do uso de antibióticos. Para onde vamos? – sequenciamento completo do genoma para estimar o valor genético e identificar variantes, genomas de referência específicos – marcadores moleculares de interesse, edição de genes, pensando na melhoria sustentável das pessoas, planeta, animal e benefícios.
Antonio Palomo Yagüe