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Substitutos da carne elaborados a base de plantas

Quão preparado está o setor para assumir que 25% da sua produção atual, seja substituída por este tipo de produto nos próximos 5 anos?

Se você não está acompanhando o desenvolvimento dos produtos substitutos da carne produzidos à base de vegetais, este é o momento para que tenha uma ideia completa deles. Melhor ainda, peço-lhe que procure um produto deste tipo para provar, tal como eu fiz. Entretanto, deveríamos ir pensando em estratégias de diversificação, talvez para a produção de ervilhas, um dos principais ingredientes de um dos alimentos substitutos da carne à base de plantas que se distribui internacionalmente. Brincadeiras à parte, a maior parte das tentativas, até a data de hoje, para produzir carne artificial e produtos parecidos não tiveram uma boa aceitação por parte dos consumidores, exceto em pequenos nichos de mercado com determinadas crenças religiosas que proíbem o consumo de carne ou então em outros grupos com um estilo de vida vegetariano ou vegano. Tudo isto mudou drasticamente nos últimos 12-18 meses e é muito provável que se desloque uma parte muito importante do consumo de carne de origem animal e, portanto, a sua produção nos próximos 3-5 anos.

Os produtos alternativos à carne que tenham o mesmo sabor e uma textura parecida são ganhadores naturais no ambiente sócio-político-ambiental atual. Evidentemente, tudo isto depende dos ingredientes necessários para a produção alternativa de carne e as suas estruturas únicas de demanda de insumos, tais como a terra cultivável, água, montagem, métodos de processamento (necessidades energéticas intensas ou neutras/compensadas), transporte e refrigeração e, claro, a distribuição. Já se anuncia que serão drasticamente reduzidos os insumos chave necessários como a terra, a água e a energia em comparação com os atuais sistema de produção de carne.

Esta diferença foca nos requisitos de necessidades de insumos, somado a problemas relacionados com o bem-estar animal, manejo dos efluentes/odor e a redução da produção de metano, é provável que isso aponte os produtos cárneos baseados em vegetais para a categoria de vencedores aos olhos dos consumidores preocupados com o meio ambiente e aqueles que procuram reduzir ou eliminar a carne da suas dietas.

Aqueles que pregam o milagroso final do sofrimento animal, das “explorações industriais” e do aquecimento da atmosfera, (a partir do consumo de produtos similares à carne elaborados com plantas que alteram a produção animal global), parece que não analisam todas as consequências secundárias de tais transformações. Deixemos para outro artigo a discussão sobre outros elementos a serem considerados, como a redução do uso do efluente como fertilizante ou o aumento da produção de fertilizantes artificiais à base de azoto, etc.

O aumento exponencial atual da popularidade, produção e distribuição de produtos similares à carne à base de plantas, está tendo como resultado um conjunto cada vez maior de produtos que chegam à mesa ao café da manhã (a maior fonte de consumo de carne suína em hotéis, restaurantes e no setor institucional nos Estados Unidos). A carne suína predominou no café da manhã nos Estados Unidos mas neste momento, em especial os hambúrgueres feitos com plantas, já estão sendo distribuídos por uma das cadeias comerciais nacionais.

Um destes produtos passou um teste de grandes dimensões numa importante cadeia de fast food nos Estados Unidos que serve hambúrgueres grelhados. Informou-se que o teste inicial em vários estabelecimentos de St Louis, Missouri, foi um "enorme êxito" e na semana seguinte a empresa já lançava o produto em mais de 7000 das suas lojas em todo o país. A única objeção foi que os hambúrgueres vegetais se cozinhavam na mesma superfície que os hambúrgueres de carne, o que pôs os defensores nervosos. Tenho a certeza que este problema se superará com bastante rapidez.

Até que ponto o setor da carne está preparado para assumir que 25% da sua produção atual seja substituída por este tipo de produtos nos próximos 5 anos? Já está havendo pressão sobre os principais vendedores de carne e produtos cárneos (especialmente de fast food) para apresentar esta alternativa, agora que existe um produto que aparentemente é um substituto decente. A maioria das empresas não quer ver como a onda de indignação vai crescendo e como chega às suas redes sociais.

Parece provável que se desenvolva um sistema de duas categorias devida a rápida adoção deste tipo de produtos por parte dos consumidores do primeiro mundo, o que conduzirá a reduções substanciais da procura nos países especializados na produção de produtos animais. Quem é que está pronto para isto? Que se pode fazer? A redução da procura de carne dos países do primeiro mundo reduzirá os preços e terá, como resultado, uma maior distribuição de carne nos mercados do segundo e terceiro mundo que, até agora, não podiam comprar grandes quantidades de carne aos preços mundiais atuais.

Ninguém vai fabricar um Jamon de Bellota com base em plantas (graças a Deus!) mas produtos de carne picada como hambúrgueres, salsichas frescas ou processadas tipo chouriço, bolonhesa etc. estão mesmo na mira. A carne picada é usada em todo o mundo, em praticamente todas as culturas, em comidas como hambúrgueres, burritos, panados, tacos e curries da Índia/Paquistão, salsichas asiáticas, espetadas, almôndegas, pastéis de carne na Inglaterra, entre outros.

A carne de vários tipos com a sua preparação exclusiva, as suas especiarias e a sua apresentação, têm ligações profundamente enraizadas nas crenças religiosas e culturais que estas misturas à base de plantas é pouco provável que as substituam, pelo menos no curto prazo. Entretanto, o melhor será pensar em possíveis estratégias de diversificação e em como fazer frente ao crescimento gradual da procura. Comprar e guardar produtos alimentares é provavelmente uma estratégia de diversificação mais eficaz do que cultivar ervilhas para a maioria das pessoas. A mudança está a caminho e mais cedo do que provavelmente se esperava.

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