Carlos Martins explica que além dos manuais onde detalhe os manejos com os animais, a empresa também lançou um aplicativo para celular, onde os clientes podem acessar todos estes manuais.
Preparação e inseminação
Para que a matriz consiga um rendimento ótimo ao longo da vida, com uma taxa de retenção de 75% ao terceiro desmame, é essencial um bom início. Portanto, deve-se focar no desenvolvimento ideal da fêmea em preparação para a primeira cobertura. Assim, a estimulação com o macho reprodutor pode começar aos 180 dias de vida, pois o objetivo é que a primeira inseminação ocorra após os 250 dias, com um mínimo de 150 kg de peso (o que significa um ganho médio diário de 600-700 g/dia ) e com pelo menos 15 mm de toucinho.
Uma boa adaptação às gaiolas, por um período mínimo de 3 semanas, é essencial para que a jovem reprodutora possa mostrar o seu potencial, tanto em fertilidade como em tamanho de leitegada. Nos (5-7) dias anteriores a inseminação é importante oferecer às fêmeas (nulíparas e multíparas) todo um "pacote completo" de estimulação:
- Contato com o macho 2 vezes ao dia.
- 16 horas de luz com uma intensidade de 300lux.
- Flushing, aumentando o nível de ração e sua energia.
Como a duração do cio é variável para ara cada fêmea na granja, o momento da ovulação também varia. Assim, é necessário ajustar o tempo ideal de inseminação para cada tipo de matriz na granja. Como tal, desenvolvemos um sistema de medição da duração do cio que permite ajustar o momento ideal da inseminação.
Alimentação na gestação
Na gestação, recomenda-se uma típica curva em "U", mas com atenção especial para a recuperação da condição corporal das fêmeas no primeiro terço da gestação, individualizando sua dieta de acordo com o tamanho do toucinho ao desmame.
Uma dieta adequada durante a gravidez deve levar ao nível de toucinho desejado no parto: nulíparas 18-20mm, multíparas 16-18mm.
Alimentação na lactação
Na lactação, o objetivo é que a fêmea consiga expressar sua excelente capacidade de produção de leite, além de evitar a perda excessiva de condição corporal. Assim, nos dias que antecedem o parto, recomenda-se passar para ração de lactação (reduzir a quantidade em 0,3-0,5kg) ou, idealmente, poder utilizar uma ração de transição, de forma a adaptar melhor o perfil nutricional da dieta oferecido durante esse período específico para suavizar a transição e atender às demandas fisiológicas da matriz. No dia do parto, é importante que a fêmea não fique totalmente restrita, mas alimente-a normalmente (cerca de 2,5kg) ou de acordo com o seu apetite. Durante a lactação é importante seguir um aumento gradual da alimentação (+0,5 a 1,0 kg/dia), mas sempre adotando uma abordagem individualizada.
Martins argumenta: “Ser muito restritivo (para evitar ingurgitamento do úbere, hipogalactia, diarreia etc.)
O autor continua: “O ideal seria dividir a quantidade diária de alimento fornecido em 3 ou 4 refeições, ou fornecê-lo ad libitum. Recomendamos estimular o consumo durante a lactação em porcas, pois elas continuam crescendo e ganhando massa muscular, ao mesmo tempo em que auxiliam no crescimento de leitegadas grandes. No entanto, idealmente deve ser usada uma ração específica para porcas, com um nível de lisina digestível mais alto.”
Com uma alimentação de parto adequada, a gordura dorsal ao desmame não deve ser inferior a 13 mm.
Manejo na maternidade
As fêmeas Hypor são capazes de “fazer o trabalho” sozinhas, portanto a assistência ao parto deve ser limitada e apenas quando necessária, nunca rotineiramente. É um ponto que favorece a eficiência do trabalho. O autor afirma que a meta de natimortos deve ser inferior a 6%.
Martins explica que os fundamentos do manejo do parto são baseados nas características maternas de suas matrizes. Trabalhar com leitegadas uniformes e com alto peso ao nascer, e um padrão de 16 tetos funcionais, ajuda a minimizar a necessidade de adoções. O uso de mães de leite não é uma prática comum no Hypor e o uso de fórmula não é considerado. Ele explica: “Não recorremos a sucedâneos do leite, pois nossa fêmea tem uma capacidade de leite e um número de tetos que lhe permite desmamar os leitões que ela dá à luz. Para nós, a sustentabilidade é um aspecto fundamental”.
Como em qualquer matriz, o colostro adequado é essencial para a sobrevivência e desenvolvimento do leitão ao longo da sua vida, pelo que insistem na prática da colostragem sequencial para garantir a ingestão adequada de colostro por todos os leitões .
Seguindo as suas recomendações e pelas características das suas matrizes, estimam que apenas 10% dos leitões sejam necessário movimentar. Embora a uniformidade e o peso ao nascer sejam altos, sempre há um leitão menor que seus irmãos de leitegada, por isso aconselham fazer leitegadas de leitões menores para ajudá-los a progredir. A proporção normal seria fazer uma leitegada de leitões menores para cada 20 leitegadas nascidas, ou seja, 5%.
O objetivo é ter <10% de mortalidade na lactação e Martins acrescenta "na América Latina ou na Ásia podemos falar de <5-6%".
E resumindo, com manejo e instalações adequadas, a meta é ter 16 nascidos totais e chegar a 14 desmamados por fêmea. Com estas prolificidades, o peso médio ao nascer deverá ser em torno de 1,5 kg, sendo que mais de 90% dos animais pesam mais de 1 kg.
Termina explicando que a matriz Hypor está preparada para trabalhar com lactações de 23-28 dias. Com esses dias, devem ser alcançados pesos de desmame de 6,5-8 kg, o que garante leitões robustos, fortes e resistentes para enfrentar os desafios da suinocultura.