Em fevereiro, lançamos uma pesquisa para perguntar aos nossos usuários qual seria o preço médio da carne suína em seu respectivo país. Agora temos o preço médio real em 2021 e podemos analisar quais usuários tiveram mais sucesso em suas previsões.
A maioria dos países europeus fizeram previsões de queda em relação aos anos anteriores, algo que não surpreende, considerando que viemos de dois anos com muitas incertezas. O surgimento da Covid, que se soma a outros fatores de tanta ou mais importância que afeta negativamente o setor dos suínos, incluindo a PSA, que continua ativa na população de javalis na Alemanha e que recentemente apareceu também em javalis no norte de Itália, e as consequências no comércio de carne destes países que não podem ser exportados , deve ser absorvida pelo mercado europeu. Se somarmos a isso a queda significativa nas importações chinesas de carne suína (-15%) a missão de tentar acertar um preço quase impossível.
Os usuários espanhóis ficaram muito perto do preço real. Quando a pesquisa foi realizada, fevereiro de 2021, os preços espanhóis começavam a subir, incentivados pelas exportações de carne suína para a China que duplicaram os dados face ao período homólogo do ano anterior, passando de 1,10€/kg em janeiro para um recorde do preço sazonal de 1,55€/kg em junho. Com a queda nas exportações para a China, os preços voltaram a cair para terminar o ano com o preço sazonal mais baixo dos últimos 5 anos, fechando dezembro em 1,02€/kg.
Na Alemanha os usuários estavam otimistas e previam um preço relativamente acima do real. No entanto, a PSA continuou muito ativa em javali, com o primeiro caso da doença em suínos domésticos em julho, de modo que o embargo às suas exportações para países terceiros continuou, somado à persistência da Covid, que levou ao decréscimo do abate de suínos. Por outro lado, a diminuição da procura interna, conduziu para uma descida contínua dos preços desde Junho até atingir um mínimo histórico durante a sazonalidade do Outono. O mercado está tão em crise que, apesar do declínio contínuo no censo de suínos, os preços permaneceram baixos.
As previsões dos usuários para o preço do Brasil foram um pouco mais altas, certamente influenciadas pelo aumento progressivo dos preços desde junho de 2020, que atingiu seu máximo em novembro, atingindo valores acima de 9 BRL/kg, proporcionando certo otimismo ao setor. Embora não tenha sido assim, após uma queda em dezembro para R$ 6,7/kg, os preços oscilaram ao longo do ano entre R$ 6 e R$ 8/kg para obter um preço médio real de R$ 6,98/kg.
Entre o preço previsto pelos nossos usuários dos EUA e o preço real, foi muito mais alto, devido em parte à diminuição dos censos e do número de animais abatidos, ou o caso da China, onde o preço real foi bem abaixo do preço previsto já que a partir de janeiro os preços caíram para fechar o ano com preços quase metade dos iniciais, justamente por motivos contrários aos dos EUA, na China o abate aumentou 27% em relação a 2020, segundo dados das autoridades chinesas.
No caso do México, quando a pesquisa foi realizada em fevereiro, as previsões eram muito otimistas, pois estavam acima do preço médio de 2020, estavam certas, chegando muito perto do preço real. A partir de março de 2021 os preços começaram a subir até atingir o valor mais alto dos últimos 6 anos em junho. Parte desse aumento deveu-se ao aumento da inflação acima de 7%, o maior dos últimos 20 anos.
Por fim, o gráfico a seguir mostra a evolução do preço médio desde 2013, bem como o preço médio que nossos usuários previram para 2021.
Como serão os preços em 2022? Convidamos você a participar da enquete, enviando a sua previsão. Clique aqui: Qual você acha que será o preço da carne suína em seu país em 2022?
Aguardamos sua opinião!
Redação 333