X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0
Leia este artigo em:

O papel das fontes de proteína altamente digestíveis em dietas pós-desmame livres de ZnO

Os protocolos de digestibilidade padrão medem a digestibilidade apenas no final do íleo usando suínos em crescimento. Esses protocolos são válidos em leitões recém-desmamados?

Antecedentes

O período pós-desmame de um leitão pode ser dividido em duas fases fisiológicas diferentes: fase aguda (primeira semana pós-desmame) e fase de maturação (da semana 2 à semana 5-6 pós-desmame). Durante a fase aguda, os suínos apresentam baixo consumo de ração, retardo do crescimento, mau funcionamento do estômago e intestino (e, portanto, má digestão e má absorção) e desequilíbrio da microbiota intestinal (e consequentemente fermentação reduzida). Por outro lado, durante a fase de maturação, o consumo de ração e o crescimento são restaurados, melhorando a função gastrointestinal.

As intervenções nutricionais utilizadas nas dietas pós-desmame devem ir de encontro com os diferentes estágios fisiológicos: durante a fase aguda, o foco deve ser na saúde intestinal, incluindo ingredientes altamente digestíveis e palatáveis, aminoácidos funcionais e ingredientes de partículas maiores, reduzindo a capacidade de ligação de ácidos, a relação entre fibra fermentável e insolúvel (<1) e o teor de proteína da dieta; enquanto o objetivo durante a fase de maturação é manter os leitões saudáveis ​​e estimular o crescimento, aumentando o teor de proteína (e a relação de lisina digestível ileal padronizada para energia líquida ou Lys DIE: EN), incluindo ácidos graxos de cadeia média como fonte de gordura e permitindo uma relação mais ampla entre a fibra fermentável e a fibra insolúveis (> 1,5).

O papel do nível e da qualidade da proteína bruta

Níveis elevados de proteína bruta (PB) são um fator de risco importante para diarreia pós-desmame em leitões (Heo et al. 2008), porque a fermentação da PB não digerida no final do intestino delgado e cólon pode causar a proliferação de bactérias patogênicas e a produção de produtos nocivos, como aminas biogênicas e amônia, entre outros, que levam à diarreia. Por outro lado, a desaminação e excreção do excesso de proteína pela urina tem um custo energético adicional para o leitão.

Um ponto crucial na formulação de dietas para animais jovens é que a maioria dos dados de digestibilidade foi obtida em estudos de digestibilidade padrão usando animais adultos. Isso é crítico quando ingredientes ricos em proteínas são usados ​​em animais com funcionalidade do trato gastrointestinal imatura. Foi relatado anteriormente (Batal e Parsons, 2002 a, b,) que a digestibilidade da energia metabolizável (EM) e aminoácidos (AA) de uma dieta de milho-farelo de soja, aumenta substancialmente com a idade (0 a 21 dias ) devido a alterações na digestibilidade do farelo de soja. Em um estudo posterior (Batal e Parsons, 2003), a lisina digestível e o valor EM do farelo de soja, concentrado de proteína de soja, isolado de proteína de soja e caseína evoluíram de forma diferente de acordo com a idade.

Outro fator importante que parece ganhar mais interesse entre os artigos científicos é a taxa de digestibilidade para fontes ricas em PB. Em um estudo de Montoya et al. (2018), a taxa de proteína digerida entrando no intestino delgado (ou seja, saindo do estômago) previu claramente a taxa de digestibilidade de AA e a localização da absorção de AA no intestino delgado. Esses resultados sugerem que a digestão e a absorção de proteínas altamente digestíveis ocorrem principalmente na primeira metade do intestino delgado, enquanto as proteínas com baixa digestibilidade são digeridas e absorvidas por todo o intestino delgado com um risco maior de ter PB não digerida no final do íleo .

Em recente tese de doutorado realizada na Wageningen University (Chen, 2017), foram relatadas diferenças na digestibilidade da PB ao longo do intestino delgado em suínos (Tabela 1). Os resultados desta tese sugerem que a proteína plasmática seca (PPS) é uma fonte de proteína rápida e de alta digestibilidade, já que a digestibilidade da PB da dieta com PPS foi de 59% no intestino delgado proximal, em comparação com uma dieta com farelo de soja, cuja digestão da PB foi de apenas 26%. Curiosamente, coeficientes de digestibilidade semelhantes foram encontrados entre as duas dietas no final do íleo para a dieta FS (74%) e no terceiro segmento do intestino delgado para a dieta PPS (76%). No geral, esses resultados sugerem que estudos futuros para determinar a digestibilidade PB / AA devem ser realizados em leitões jovens e devem incluir medições da cinética da proteína (determinação da digestibilidade PB / AA em todo o intestino delgado). Isso contrasta com os protocolos de digestibilidade padrão que medem a digestibilidade de PB e AA apenas no final do íleo usando suínos em crescimento.

Tabla 1. Digestibilidade aparente da PB (%) de dietas experimentais contendo uma única fonte de proteína, em todo o intestino delgado de suínos em crescimento (de Chen, PhD, 2017)

% FS Proteína de plasma suíno seco
1º segmento intestino delgado 11,9 57,0
2º segmento intestino delgado 25,8 59,0
3º segmento intestino delgado 54,8 75,6
4º segmento intestino delgado 74,4 86,6
Fecal 83,4 95,9

Comentários ao artigo

Este espaço não é um local de consultas aos autores dos artigos, mas sim um local de discussão aberto a todos os usuários da 3tres3.
Insira um novo comentário

Para realizar comentários é necessário ser um usuário cadastrado da 3tres3 e fazer login:

Você não está inscrito na lista A web em 3 minutos

Um resumo semanal das novidades da 3tres3.com.br

Faça seu login e inscreva-se na lista

Artigos relacionados

Você não está inscrito na lista A web em 3 minutos

Um resumo semanal das novidades da 3tres3.com.br

Faça seu login e inscreva-se na lista