O setor suíno global mudou nas últimas duas décadas. Especialmente a produção suína chinesa e asiática tem experimentado uma evolução extrema, passando de ser realizada por milhares de produtores de subsistência a alguns grandes integradores que criam muitos animais em instalações modernas. Além disso, as empresas chinesas foram pioneiras na construção de granjas de vários andares. Entretanto, a peste suína africana (PSA) propagou-se da Europa Oriental para a Ásia e causou enormes perdas, matando milhões de animais. Ambos os fenômenos aumentaram a atenção à biosseguridade e aos métodos para proteger os ativos associados às grandes granjas de suínos.
Biosseguridade
As granjas suinícolas estão aumentando e as doenças infecciosas podem ter efeitos devastadores na sua produtividade e lucros, afetando toda a granja nos piores casos.
Novas tecnologias foram desenvolvidas para reduzir a entrada de doenças:
- Filtros de ar e sistemas de ventilação com pressão positiva para controlar e prevenir a entrada de doenças transmitidas pelo ar. Todo o ar de ventilação entra através de um filtro HEPA (Filtro de Detenção de Alta Eficiência) colocado nas extremidades ou laterais dos novos galpões. Os ventiladores empurram o ar através do filtro, que retém vírus e bactérias antes de entrarem, e o ar limpo é direcionado através dos dutos do teto para cada sala. Os filtros também podem ser adicionados aos locais já existentes, colocando-os nas entradas das paredes. Quando é utilizada a tecnologia de filtragem, aumenta a resistência ao movimento do ar, o que pode exigir maior capacidade de ventilação para obter a taxa de ventilação desejada.
É importante utilizar o tipo correto de filtro HEPA para evitar doenças específicas (Tabela 1).
Tabela 1. Exemplos de dimensões de vírus.
Peste suína africana | 175-215 nm |
PRRS | 40-80 nm |
Diarreia epidêmica suína | 18-23 nm |
Influenza suína (N1H1) | 10-150 nm |
- Radiação UV: Reduz ou elimina o risco de entrada de infecções transmitidas pelo ar antes de entrarem nos galpões (Ruston et al., 2021). A radiação ultravioleta é colocada na entrada de ar para destruir o DNA e o RNA de vírus e bactérias e prevenir infecções. A tecnologia UV baseia-se principalmente em UV-C com comprimento de onda de 200-280 nm e é utilizada na indústria alimentícia para a descontaminação de água, alimentos, bebidas, superfícies, ar, etc. Algumas empresas de ventilação dinamarquesas desenvolveram sistemas UV-C que são integrados nas entradas de ventilação e irradiam o ar antes de entrar na granja suinícola (figuras 1 e 2).
Obviamente, a adição de filtros ou tecnologia UV melhora a biosseguridade no que diz respeito a doenças transmitidas pelo ar. Porém, tanto os custos de investimento como os custos operacionais aumentam, uma vez que a manutenção dos filtros e das lâmpadas UV é necessária para garantir a elevada confiabilidade destes sistemas. Portanto, essas tecnologias são utilizadas principalmente em granjas de criação e centros de inseminação artificial com animais de alto valor. Todos os centros de inseminação artificial e centros genéticos na Dinamarca instalaram tecnologia UV-C.
Granjas de múltiplos pisos
A construção de granjas de suínos de vários andares não é um fenómeno novo. Há várias décadas, foram construídas granjas com 3 a 6 andares nos estados soviéticos. No entanto, foi só em 2015 que as granjas de vários andares realmente deslancharam, lideradas pelo grupo Yangxiang no sudoeste da China. Esta área caracteriza-se geograficamente por ser montanhosa e não possuir superfícies planas. A região serrana, que auxilia na biosseguridade, estimulou o desenvolvimento de granjas de até 13 andares. Posteriormente, outras empresas construíram edifícios muito mais altos e maiores, com até 26 andares e 1.000 matrizes por andar.
Tabela 2. Vantagens e desvantagens das granjas de vários andares do ponto de vista do projeto.
Vantagens |
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Inconvenientes: |
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