Gestação em grupo dinâmico com controle de peso

Esse artigo é relacionado a uma granja familiar que possui 400 matrizes de genéticas dinamarquesas, organizadas em bandos de três semanas com desmame aos 26 dias. A totalidade da produção é para a terminação.

A granja trabalha com máquinas de alimentação eletrônica na gestação e maternidade. As fêmeas com gestação confirmada são alojadas em uma baia única de 560 m², formando um grupo dinâmico. Atualmente este grupo tem 5 postos de alimentação e uma média de 200 matrizes alojadas.

Aproveitando que as fêmeas estão neste grande grupo, foram adicionados ao sistema:

• Uma balança para saber o peso exato de cada fêmea e ajustar sua curva de alimentação.
• Uma estação de detecção de cio para identificar repetidores e marrãs no cio. Nesta baia há um macho permanentemente alojado. O sistema coleta a frequência com que as fêmeas visitam o macho para determinar quais fêmeas estão no cio.
• Separador para separar matrizes específicas para uma baia, como as fêmeas que têm que parir, aquelas que estão pendentes de vacinação, assim como animais que perderam seu chip ou fêmeas que o sistema detectou estão no cio e devem ser inseminadas.

Desenho das baias e corredores de fluxo para as matrizes

É muito importante ter um bom desenho, tanto do circuito que os animais devem completar, como da delimitação das diferentes áreas.

Os objetivos a serem alcançados pela instalação são:

• Que as matrizes que desejam entrar novamente na área de alimentação devem se virar completamente para evitar perturbar as fêmeas que estão prestes a entrar. Isso reduz o estresse na área próxima à entrada dos comedouros automáticos.
• Que a estação de detecção de cio seja uma obrigação ao sair da estação de alimentação.
• Que haja abundantes baias de descanso, algumas fora das áreas de maior atividade, como a área em frente aos comedouros ou as áreas de passagem geral das fêmeas.

Um pequeno detalhe que facilita muito a verificação dos animais é o fato de os painéis que compõem a lateral das baias serem cortados até a metade. Isso ainda permite que o animal se sinta protegido quando deitado contra a parede.

Uma observação é que as matrizes têm a opção, e de fato usam, áreas diferentes dependendo das áreas que lhes proporcionam maior conforto dependendo da temperatura, correntes de ar, etc. Esse espaço maior também é muito útil para um menor confronto ao estabelecer a ordem hierárquica.

Introdução precoce de leitoas no grupo dinâmico

As leitoas vêm de uma fonte externa e entram a cada 2 meses pesando 60 kg. Os futuros criadores são treinados no uso de máquinas a partir de 110 quilos. A introdução das marrãs ao grupo dinâmico geral é feita antes do primeiro cruzamento, quando elas pesam aproximadamente 140 kg. A sua entrada nesta instalação permite monitorar o peso das marrãs de forma a ajustar-se ao peso alvo de cruzamento da granja que, neste caso, era de 160 kg, embora tenha aumentado nos últimos tempos, pois parece que um maior peso no primeiro cruzamento melhorou o número de filhotes. As leitoas também têm acesso à estação de detecção de cio que informa com que frequência elas se aproximam do macho, tornando a detecção de cio muito mais fácil.

Quando incorporadas ao grupo geral, essas jovens fêmeas são marcadas com spray para facilitar sua identificação dentro do grupo e, assim, fazer um acompanhamento mais intenso. Deve notar-se que não se observam sinais de luta nas matrizes, incluindo estes animais mais jovens.

Principais vantagens observadas

Melhoria na comparação kg de ração da fêmea/leitão desmamado: manter uma condição corporal adequada durante todo o ciclo reprodutivo é muito mais eficaz do que tentar recuperar matrizes magras ou excessivamente gordas. Este fato, aliado ao acasalamento das leitoas com o peso correto, tem contribuído para que a granja mantenha o seu consumo anual por fêmea/ano na ordem dos 1200 kg enquanto passou de 29 para 35 leitões desmamados/fêmea/ano. Passar de 41 kg de ração por leitão desmamado para 35 kg, além da economia nos custos de alimentação, isso deve nos lembrar da crescente importância da formulação correta das dietas dos reprodutores.

Melhorar a adaptação das leitoas: as fêmeas de reposição, após o treino com as máquinas e antes do cruzamento, são introduzidas na dinâmica de grupo com os adultos. Isto é possível graças a um bom desenho da instalação e das suas diferentes áreas, e ao fornecimento de espaço suficiente. Este fato melhorou a aclimatação das leitoas e consequentemente os problemas de sanidade que por vezes se observam nas leitegadas.

Melhora a longevidade: As fêmeas que iniciaram sua vida produtiva com o sistema eletrônico de alimentação e monitoramento de peso melhoraram sua longevidade em +0,35 partos. Este sistema permitiu realizar o cruzamento com um peso ideal e mantê-las assim em sucessivas gestações e lactações.

Esta instalação está pensada para uma futura adaptação ao sistema de cobertura e soltura, com o objetivo de introduzir as fêmeas no dia 3 após o cruzamento a um grupo dinâmico que teria cerca de 320 fêmeas.

Este é um exemplo de que a correta implementação da tecnologia permite reduzir custos, melhorar os resultados da produção, bem-estar animal e também a imagem da granja e a satisfação profissional de quem lá trabalha.

(Granja Coagra, propriedade de Jaume Alós, localizada na província de Lleida na Espanha).