1. Verificação das reprodutoras na entrada na maternidade
No início do parto, devemos fazer uma verificação completa das fêmeas. A condição corporal é um dos fatores mais impactantes para um bom parto (Tabela 1).
Tabela 1: Sinais e sintomas das fêmeas no início do parto.
Sinais e sintomas | ||
Observação | Boa saúde | Estresse |
Apetite | Consome toda a comida | Sobrou comida |
Resposta a estímulos | Se levantam | Não se levantam, letárgicas e apáticas |
Distribuição do peso | Distribuem o peso nas quatro patas igualmente | Claudicação |
Pele | Pelo curto e pele rosada | Pelo largo, pele amarelada, pálida ou cianótica |
Gestação | Manter a gestação e bom desenvolvimento das glândulas mamárias | Abortos e não desenvolvimento das glândulas mamárias |
Temperatura corporal | Normal: 38ºC Gestação: 40ºC no dia antes do parto |
Febre: >39ºC Gestação: >40ºC no dia antes do parto |
Frequência respiratória | Frequência normal: 13-20/min | Dispneia, frequência respiratória anormal |
Fezes | Cosistencia normal | Diarreia ou constipação |
Urina | Coloração e densidade normal | Urina muito branca e em jatos |
Um dos fatores críticos é a presença de constipação, que está ligada ao aumento do número de natimortos e à suscetibilidade a processos entéricos em leitões durante os primeiros dias de vida. Dias antes do parto, as fezes devem ser examinadas para estabelecer as medidas necessárias para reduzir a constipação se necessário (aumento de fibras, aumento de água ou uso de sulfato de magnésio). Por outro lado, verificar o consumo de água durante a gestação e a lactação é uma prática conhecida, mas pouco aplicada.
2. Temperaturas e ventilação nas salas de parto
Sempre que falamos sobre o manejo das condições ambientais na sala de parto, devemos falar sobre as duas temperaturas: a do leitão e a da reprodutora. É verdade que com baixas temperaturas na maternidade (entre 18ºC e 21ºC) o consumo da fêmea aumenta; por outro lado, o aumento do consumo de ração ao cair de 24 para 18 ºC é muito baixo. Isso nos permite trabalhar com temperaturas mais altas que evitam correntes de ar frio que desencadeariam problemas de diarreia em leitões se o sistema de ventilação e isolamento não fosse bom.
Portanto, devemos ter cuidado com dois fatores:
- Má ventilação, que podemos detectar se observarmos condensação de umidade nas paredes, e que leva a um aumento de gases na maternidade e, portanto, a níveis mais elevados de dióxido de carbono.
- Ventilação excessiva, que pode gerar correntes de ar indesejáveis para os leitões.
O escamoteador para os leitões na maternidade, em ambientes isolados, são uma excelente ferramenta para manter temperaturas mais baixas, sem afetar os leitões.
3. Intensidade da luz na área de recria e cobertura - controle
É comum encontrar intensidades de luz muito baixas que não chegam a 250 lux ou as 16 horas recomendadas na área de recria. A intensidade da luz é importante em toda a granja, mas adquire uma importância muito maior na área de recria e cobertura. Uma intensidade de luz inferior a 100 lux na área de recria, retarda o aquecimento e reduz os níveis de ovulação.
4. Gestão de dias perdidos e eficiência reprodutiva
Os dias perdidos são um custo oculto, pelas poucas vezes em que é analisado, mas é de enorme importância, não só pelo custo de um dia improdutivo, mas porque nos casos de baixa eficiência, pode nos dizer quando é melhor realizar a troca de uma reprodutora por uma fêmea a nível econômico. Com os dias perdidos temos que compensar a diferença de custo de uma fêmea velha e uma nova, e podemos estabelecer o custo das contingências reprodutivas na granja.
O cálculo não é totalmente rígido, mas é muito intuitivo de aplicar na granja e está muito próximo dos dados corretos.
Custe dia perdido = | leitões desmamados/fêmea/ano 365 |
x custe leitão |
Assim, em uma granja que produz 28 leitões por fêmea por ano e com um custo de leitão de R$171,53, o custo é de R$13,15 por fêmea por dia.
Relacionado a isso, as repetições no primeiro cio devem ser reduzidas ao mínimo, visto que tendem a ser um problema de manejo na maioria das vezes. Se formos para a segunda e terceira inseminações para conseguir uma gestação, já entramos em um problema individual da fêmea e o custo oculto aumenta à medida que os dias perdidos aumentam.
Tabla 2: Fatores reprodutivos a levar em consideração antes da cobertura
Fatores reprodutivos | Breve descrição | Ações no manejo para maximizar a produção das reprodutoras |
Estro |
Período que a fêmea permite ser montada pelo macho Duração média 50 h (intervalo 32 - 69 h) |
Estimulação do estro. Manejo da alimentação e do ambiente para provocar cio e reduzir o período em que a fêmea fica vazia depois do desmame. Exposição ao macho. Detecção precisa e oportuna de das fêmeas no cio. |
Ovulação |
É o deslocamento dos oócitos dos ovários através do oviduto. Esta rota representa 70% da duração do cio. Os oócitos permanecem viáveis entre 6 e 8 horas após ovulação. |
Administre a alimentação para reduzir o intervalo de desmame-cio e otimizar a qualidade e o número de óvulos maduros. Momento correto da inseminação. |
Inseminação |
Entrada de espermatozóides no trato reprodutivo feminino natural ou artificialmente. |
Encontre o momento certo para a inseminação e o mínimo de estresse para a fêmea. Faça a inseminação lembrando-se de que os espermatozoides duram 24 horas. |
Capacitação |
A membrana do óvulo e as alterações bioquímicas dos fluídos vaginais da fêmea influenciam a viabilidade da introdução do esperma no óvulo. A união entre o espermatozóide e o óvulo deve ocorrer entre 2 e 4 horas após a IA. |
Inseminação pontual: os melhores resultados de inseminação são 24 horas antes da ovulação. Faça inseminações a cada 24 horas enquanto a fêmea apresentar reflexo de imobilidade. |
5. Uma equipe treinada e motivada
Esse fator é a chave do sucesso. Os dados, os protocolos e um bom registro de dados da granja nos ajudam a conhecer e estabelecer o diagnóstico dos pontos fortes e fracos. Se a equipe não for treinada e motivada, esses registros podem não ser de boa qualidade.
Os protocolos devem ser aplicados pelas pessoas e, em um sistema de produção intensivo mas biológico, o treinamento do pessoal e seu envolvimento nas tarefas são fundamentais para atingir os objetivos. Portanto, os programas de treinamento devem ser claros e concisos, de forma a alcançar a melhoria nas tarefas realizadas na granja. E, de alguma forma, tudo isso deve ter como objetivo assegurar que o pessoal da granja seja estável, considere e valorize o trabalho que realiza, e que seja ele próprio quem dá as ideias e procedimentos para melhorar a produção.
O treinamento de um funcionário é fundamental, para isso é utilizado um protocolo de fases de aprendizagem que todo novo funcionário deve seguir.
- Liderar: trata-se de ensinar ao novo funcionário as tarefas específicas da sua área de trabalho, a nível teórico e prático, seguindo os protocolos estabelecidos e com um funcionário com bastante experiência.
- Supervisionar: uma vez que o funcionário conhece a dinâmica de suas tarefas, ele passa a realizá-las, mas tem a supervisão do funcionário que está encarregado de seu ensino.
- Apoiar: o novo funcionário executa as tarefas com facilidade, mas ainda conta com o apoio do funcionário que o ensinou para as dúvidas que surgem durante a realização dos processos.
- Delegar: o funcionário consegue realizar tarefas com facilidade e os resultados esperados são alcançados.