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Qual é a melhor via de exposição para a adaptação de nulíparas a Mycoplasma hyopneumoniae?

As vias de inoculação intranasal e intratraqueal são discutidas, assim como a utilização de nebulizadores de aerossol.

O Mycoplasma hyopneumoniae (M hyo) causa uma infecção respiratória crônica que produz perdas econômicas significativas devido ao menor rendimento de crescimento e maiores custos de tratamento.

O objetivo geral dos programas de controle de M hyo é minimizar a excreção por parte das porcas. Isso reduz o número de leitões positivos ao desmame, o que dá uma boa previsão da doença clínica em suínos de engorda.

Um aspecto desafiante para conseguir controlar a doença de M hyo é o processo de adaptação das nulíparas que entram nas granjas endemicamente infectadas com M hyo.

Como é que pode ser feita a adaptação das porcas na granja?

Tradicionalmente, os profissionais tentaram expôr as nulíparas negativas a M hyo através do contato direto com animais naturalmente infectados ou por inoculações intratraqueais de tecido pulmonar homogeneizado específico para a granja, combinado com um programa adequado de vacinação e medicação. O problema com o que se faz atualmente é que se sabe que a transmissão de M hyo é extremamente baixa. De fato, um estudo realizado pelo grupo da Dra. Maria Pieter, na Universidade de Minnesota, mostrou que a proporção entre as porcas infectadas e nulíparas deveria ser de 1:1, para garantir a infecção num período 4 semanas. Isto significa que para alcançar a adaptação efetiva da nulípara através do contato porca a porca se requer uma quantidade considerável de tempo e uma grande proporção de porcas excretoras. Por outro lado, a inoculação intratraqueal, que é realizada principalmente em ambientes de investigação, requer pessoal qualificado e muito trabalho e é um procedimento estressante para os animais. Recentemente, os médicos-veterinários exploraram o uso de nebulizadores de aerossol para M hyo num espaço aéreo limitado para assegurar a exposição da nulípara através do contato indireto (Yeske, 2019). Além destes métodos, uma possibilidade menos explorada é a inoculação intranasal.

Tabela 1. Resumo das vantagens e desvantagens dos métodos de inoculação mais comuns.

Figura 1. Dispositivo atomização.
Figura 1. Dispositivo atomização.
Figura 2. Exposição intratraqueal.
Figura 2. Exposição intratraqueal.
Figura 3. Nebulizador.
Figura 3. Nebulizador.

Como é que os suinocultores podem ser ajudados a decidir qual o melhor método?

Devido às diferentes opções, um grupo de investigadores da Universidade Estatal de Iowa e profissionais de campo colaboraram num estudo recente para abordar essa questão. O objetivo foi comparar a eficácia de três métodos de inoculação (intratraqueal, intranasal e aerossol) de homogeneizado de pulmão vivo M hyo para uma adaptação prática, segura e reproduzível das nulíparas.

As fêmeas M hyo e PRRSV negativas, de seis semanas (n = 78) foram distribuídas ao acaso por quatro grupos de exposição a M hyo [aerossol (n = 24); intranasal (n = 24); intratraqueal (n = 24); ou sem exposição (n = 6)] e foram acompanhadas até aos 49 dias após a exposição (DPE). O inóculo de M hyo consistia em homogeneizado de pulmão (105 UFC/ ml M hyo 232). Para o grupo de aerossol, foi utilizado um nebulizador de névoa fria para nebulizar o homogeneizado de pulmão. Para o grupo intranasal, foi utilizado um dispositivo de atomização maleável para administrar metade do volume do inóculo em cada fossa nasal (5 ml) durante dois dias consecutivos. Este dispositivo é amplamente utilizado em medicina humana para a administração de medicamentos pediátricos por via nasal e traqueal em crianças. Foi registado o peso a -1, 28 e 49 DPE. As amostras de soro e traqueia para os testes de anticorpos e DNA foram recolhidas semanalmente durante os 49 dias. Os suínos foram abatidos de modo humanitário no dia 49 DPE. Os pulmões foram avaliados para lesões macroscópicas e por histopatologia (H&E e IHC). O aumento de peso, as respostas de anticorpos (ELISA S / P) e a excreção (qPCR) foram comparadas estatisticamente.

Resultados

Todas as vias de exposição causaram infecção. A exposição intratraqueal demonstrou detecção precoce de DNA (7 DPE) e soroconversão (39 DPE). A detecção de DNA na via intranasal e aerossol e detecção de anticorpos foi ao mesmo tempo, ~ 14 DPE e ~ 49 DPE respectivamente. Os Cts do qPCR contra MHP foram semelhantes em DPE em todos os grupos expostos (p> 0,05), mas foi observado um menor valor de ELISA S/Ps em exposições intranasais e em aerossol. O grupo de aerossol teve o menor impacto no ganho diário (0,64 kg/dia), com um rendimento semelhante ao do grupo de controlo negativo (0,73 kg/dia). Aos 49 DPE, as lesões macroscópicas e/ou histopatológicas observadas nos pulmões foram de 17/22, 19/24 e 19/24 nos grupos intratraqueal, intranasal e aerossol, respectivamente.

Conclusão

Embora a exposição intratraqueal envolvesse a detecção precoce de DNA e anticorpos, todos os caminhos eram capazes de gerar uma infecção. As vias intranasal e aerossol poderiam ser melhores alternativas à inoculação intratraqueal, porque esta última é mais trabalhosa e invasiva. No entanto, as circunstâncias específicas de produção de cada granja podem afetar a escolha da via. Um método de exposição prático e eficaz na primeira vez melhorará os programas de controle e eliminação do M hyo.

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