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Estação Quarentenária de Cananéia: Entendendo melhor o processo das importações brasileiras de suínos reprodutores

Uma parceria público-privada, visando mitigar o risco de entrada de doenças exóticas, emergenciais e de controle oficial no Brasil, com o objetivo principal de proteger o plantel nacional de suínos.

Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) - Litoral de São Paulo: Uma parceria público-privada, unindo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e Associação Brasileira das Empresas de Genéticas (ABEGS), visando mitigar o risco de entrada de doenças exóticas, emergenciais e de controle oficial no Brasil, com o objetivo principal de proteger o plantel nacional de suínos e, consequentemente, promover sua produção e comercialização seguras.

A localização da Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) no litoral do município de Cananéia, São Paulo/SP, região estratégica composta por ilhas, proporciona um isolamento favorável, reduzindo significativamente o risco de disseminação de patógenos e protegendo contra a introdução de doenças exóticas com potencial impacto.

A EQC realiza a quarentena dos reprodutores suídeos importados em um único local oficial no Brasil, conforme imagens (1, 2 e 3) que ilustram a Estação Quarentenária de Cananéia.

Imagem 1: Vista panorâmica da Estação Quarentenária de Cananéia. Imagem 2: Localização por satélite da Estação Quarentenária de Cananéia. Imagem 3: Entrada da Estação Quarentenária de Cananéia. Fonte: ABCS.
Imagem 1: Vista panorâmica da Estação Quarentenária de Cananéia. Imagem 2: Localização por satélite da Estação Quarentenária de Cananéia. Imagem 3: Entrada da Estação Quarentenária de Cananéia. Fonte: ABCS.

Nesse contexto, a EQC tem um papel fundamental. Os suínos importados que adentram a Estação Quarentenária são submetidos ao monitoramento contínuo do serviço veterinário oficial (MAPA) e, após realizados os exames clínicos e laboratoriais, e cumprida a quarentena, são liberados e transportados para povoar as Granjas de Reprodutores Suínos Certificadas (GRSC). Esse processo de quarentena dos animais na EQC é dinâmico, com entradas e saídas de lotes únicos, "tudo dentro, tudo fora", bem como um cronograma de utilização das instalações do MAPA entre as Empresas de Genéticas (Figura 1).

Figura 1: Imagens que ilustram a sequencia das operações de importações dos suínos reprodutores, do país de origem e destinados ao Brasil para cumprimento da quarentena na EQC e posterior povoamento das granjas GRSCs (imagens cedidas pelas empresas). Fonte: ABCS.
Figura 1: Imagens que ilustram a sequencia das operações de importações dos suínos reprodutores, do país de origem e destinados ao Brasil para cumprimento da quarentena na EQC e posterior povoamento das granjas GRSCs (imagens cedidas pelas empresas). Fonte: ABCS.

Segue detalhadamente o esquema de importação de suínos na EQC:

1. Os suínos reprodutores importados são embarcados no país de origem e destinados ao Brasil.

Imagens cedidas pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagens cedidas pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagem cedida pela empresa Agroceres PIC. 
Imagem cedida pela empresa Agroceres PIC. 
Imagens cedidas pela empresa DNA South America.
Imagens cedidas pela empresa DNA South America.

2. Os suínos importados ao Brasil desembarcam no aeroporto de Viracopos (Campinas/SP), . que recepciona as cargas vivas internacionais. Assim, como é realizado todo o trâmite burocrático e desembaraço fiscal pela Receita Federal (RF).

3. Os animais desembarcados são deslocados para a área de espera no aeroporto, onde é realizada a fiscalização pela Vigilância Agropecuária (Vigiagro/MAPA), para a manutenção da sanidade agropecuária das importações quanto ao trânsito internacional.

Imagens cedidas pela empresa DNA South America.
Imagens cedidas pela empresa DNA South America.
Imagens cedidas pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagens cedidas pela empresa Topigs Norsvin. 

4. Após a liberação das cargas vivas por parte do Vigiagro e RF, os suínos são embarcados e transportados do Aeroporto Internacional de Viracopos, para a Estação Quarentenária de Cananéia.

Imagens cedidas pela empresa Agroceres PIC.
Imagens cedidas pela empresa Agroceres PIC.
Imagem cedida pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagem cedida pela empresa Topigs Norsvin. 

5. Após o trânsito terrestre, os suínos reprodutores (machos e fêmeas), o Serviço Veterinário Oficial (SVO/MAPA) recepciona os animais na EQC para proceder junto com o Responsável Técnico da Empresa de Genética, onde ocorre o desembarque dos animais, realização da quarentena com o monitoramento contínuo.

6. Durante o período de quarentena (em torno de 30 a 45 dias), são realizados os exames clínicos de todos os animais, coletas de amostras para análises laboratoriais e inspeção zootécnica para emissão do Certificado de Registro Genealógico de cada suíno reprodutor.

As análises obrigatórias são: Doença de Aujeszky; Peste Suína Clássica; Peste Suína Africana**; Leptospirose; Gastroenterite Transmissível; Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos; Diarreia Epidêmica Suína. **Provas de PSA serão realizadas tão logo haja laboratório credenciado/reconhecido para tal finalidade (importação de animais) no Brasil.

Lembrando que o Brasil possui o status sanitário de rebanho livre de Peste Suína Africana – PSA, Peste Suína Clássica - PSC (dividido entre Zona Livre-ZL e Zona não Livre-ZnL), Síndrome Respiratória e Reprodutiva do Suíno – PRRS, Diarreia Epidêmica Suína – PEDv, Gastroenterite Transmissível – TGE e Febre Aftosa (país livre com e sem vacinação).

Imagens cedidas pela empresa DNA South America.
Imagens cedidas pela empresa DNA South America.
Imagem cedida pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagem cedida pela empresa Topigs Norsvin. 
Imagens cedidas pela ABCS.
Imagens cedidas pela ABCS.

7. Após cumprido o período de quarentena na EQC, e realização de todos os exames e análises laboratoriais, procede-se para avaliação e autorização por parte do SVO/EQC/MAPA. Com a autorização emitida pelo SVO, os animais estão aptos para o embarque/transporte e encaminhados via terrestre para a Granja Núcleo da empresa de material genético, na qual se realiza o programa de melhoramento genético. Ao chegarem na Granja Núcleo, os suínos são submetidos a exames e quarentena (30 dias), e estando aptos, os animais serão liberados para o transporte interno e povoamento na Granja Núcleo.

Cada empresa de genética possui o seu médico veterinário responsável, que realiza o acompanhamento das importações, junto ao SVO, bem como as demais etapas do processo durante a quarentena na EQC, monitoramento do transporte e alojamento na Granja Núcleo (Figura 2).

Figura 2: Estrutura piramidal de um programa de melhoramento genético de suínos. Granjas Núcleo são o topo da pirâmide e onde se encontra os rebanhos puros ou sintéticos (com suínos de alto valor genético). Granjas multiplicadoras, multiplicam o material genético que é produzido nas Granjas Núcleo. Granjas comerciais, recebem o material genético das Granjas Multiplicadoras e geram os suínos destinados ao abate. Fonte: ABCS, 2013.
Figura 2: Estrutura piramidal de um programa de melhoramento genético de suínos. Granjas Núcleo são o topo da pirâmide e onde se encontra os rebanhos puros ou sintéticos (com suínos de alto valor genético). Granjas multiplicadoras, multiplicam o material genético que é produzido nas Granjas Núcleo. Granjas comerciais, recebem o material genético das Granjas Multiplicadoras e geram os suínos destinados ao abate. Fonte: ABCS, 2013.

Tabela 1: Número de quarentenas realizadas na Estação Quarentenária de Cananéia, nos últimos 5 anos, e o total de suínos reprodutores (macho e fêmea) importados para povoamento de Granjas Núcleo e atualização de material genético brasileiro.

Ano Número de quarentenas Suínos reprodutores importados
2019 11 1490
2020 11 2173
2021 14 2740
2022 22 1627
2023 25 5726
Total: 13756

Sendo assim, a EQC se dedica às atividades de quarentena de diversas espécies animais, podendo ser utilizada tanto com fins de importação quanto de exportação. As técnicas e procedimentos utilizados durante as quarentenas estão sob constante desenvolvimento e melhoria, de acordo com o avanço do conhecimento técnico e científico da área e com as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

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