Uma vez a fêmea suína inseminada, que momento é adequado para movê-la?
Sempre surgem dúvidas sobre o melhor momento para deslocar as matrizes após a inseminação.
Uma fêmea inseminada em gaiola deve ser deixada na mesma gaiola, e com as mesmas vizinhas, até os 35 dias de gestação.
Caso haja necessidade de movimentá-la, deverá ser realizado nos primeiros 3 dias após a fertilização. Consideramos sempre que a fertilização tenha ocorrido na primeira inseminação, embora nos sistemas de inseminação, é mais comum que a fertilização ocorra com maior probabilidade na segunda dose.
Se um esquema de inseminação de 3 dias for usado, a fertilização deve ser considerada como tendo ocorrido no primeiro dia. Se calculássemos a partir do último dia e a fecundação tivesse ocorrido no primeiro, moveríamos as fêmeas com 5 dias de gestação (um momento muito perigoso).
Com essa diretriz, todas as reprodutoras que são inseminadas durante a semana não podem ser soltas juntas, pois no final da semana haverá porcas que foram inseminadas por 2 dias e, por outro lado, outras farão 5 dias. Sendo assim a “inseminação e soltura” deve ser feita a cada 2 dias ou no máximo 2 vezes por semana, mas sempre levando em consideração o tempo de inseminação de cada uma das matrizes.
Uma das dúvidas mais comuns é quanto ao deslocamento das marrãs ao entrarem no cio.
Igualmente com a nulípara, devemos ser cautelosos, colocá-la em uma gaiola 3 dias após o início do cio, mantê-la na mesma gaiola e com as mesmas vizinhas, realizar um flushing nutricional 10 dias antes do suposto novo cio, confirmar e inseminá-la.
Mas no caso de não seguir essas dicas, qual dos cenários a seguir seria o menos ruim?
-
Que fique nas baias até o último momento, detecte o cio nas baias, coloque-a na gaiola individual e insemine.
-
Ou colocá-la em uma gaiola sete dias antes do cio e da inseminação.
A opção menos ruim é colocar a fêmea 7 a 8 dias antes e deixar no momento do cio na gaiola. Desta forma, a fêmea ovulará, não expressando todo o seu potencial, pois o fluxo pré ovulatório foi interrompido, mas ovulará. Nos primeiros três dias ela não comerá ou comerá mal e depois comerá normalmente, mas mesmo assim o tamanho da leitegada será afetado.
Quando uma fêmea é colocada na gaiola durante o cio, tendo estado no cio na baia, o nível de estresse é tão alto que é possível que ela não ovule, causando uma repetição. Teremos a matriz adaptada, mas teremos gerado 21 dias improdutivos.
Como Javier explicou em artigos anteriores, as fêmeas que não conseguem expressar todo o seu potencial no primeiro parto e produzem leitegadas pequenas geralmente serão ruins ao longo de sua vida reprodutiva.
Como conclusão, nenhum dos dois cenários é o recomendado.
É melhor reduzir a densidade da granja e ter espaço para adaptação das marrãs, o que permite que elas fiquem na gaiola pelo menos 14 dias antes da primeira inseminação.
Que orientações nutricionais são recomendadas durante o cio?
É comum encontrar granjas onde a alimentação é restrita desde o início do cio até 5-6 dias de gestação. Quando a quantidade de alimento é reduzida a todas as fêmeas após desmame, até que as primeiras entrem no cio, a descarga nutricional das que ainda não o fizeram é interrompida, reduzindo o crescimento folicular e dificultando o cio.
A ração da matriz deve ser reduzida durante 2-3 dias, o que ajuda a reduzir a ingestão naturalmente, aumentando a ração do 3º dia de gestação para cerca de 3 kg por dia, mesmo que a porca já tenha passado do peso ideal.
É muito importante manter esta ração durante os primeiros 30 dias de gestação, pois a fêmea tem que desenvolver a placenta com vascularização adequada para que o leitão cresça corretamente, evitando leitões de baixo peso ao nascer.
No caso de reprodutoras com elevado escore corporal, a restrição alimentar pode ser estabelecida entre 30 e 80 dias de gestação.
O primeiro mês é fundamental para o correto desenvolvimento da placenta, para a qual não bastam as reservas do próprio organismo, mas sim níveis de proteínas, vitaminas e microelementos que só se encontram na dieta alimentar.
O peso ao nascer, além de muitos outros fatores, está diretamente relacionado à alimentação da fêmea durante o primeiro mês de gestação.
Graças a esta série de artigos poderemos corrigir diversos erros em nossas granjas, estabelecendo as diretrizes explicitadas a fim de melhorar a fertilidade e a produtividade por meio do manejo correto e uso de diferentes técnicas de inseminação.