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Diagnóstico laboratorial: Mycoplasma hyopneumoniae

Que métodos de diagnóstico laboratorial posso usar para diagnosticar M. hyo? Qual devo escolher de acordo com a situação? Como posso interpretar os resultados?

Testes disponíveis:

Patologia macroscópica

  • Inspeção visual das lesões pulmonares.

Figura 1. Imagem que mostra a consolidação cranioventral clássica associada com Mycoplasma hyopneumoniae (não diagnóstico) e muitas outras infecções bacterianas, bem como algumas infecções pelo vírus influenza A.
Figura 1. Imagem que mostra a consolidação cranioventral clássica associada com Mycoplasma hyopneumoniae (não diagnóstico) e muitas outras infecções bacterianas, bem como algumas infecções pelo vírus influenza A.
  • Prós:
    • Fácil de fazer.
    • Pode avaliar infecções tardias em suínos enviados para abate.
  • Contras:
    • Não diagnóstico / patognomônico; muitas outras causas possíveis.
    • Requer outra confirmação de diagnóstico.

Cultivo bacteriano

  • Isolamento de organismos vivos de tecidos com lesões ou lavagem broncoalveolar.
  • Tipos de amostras: lavagem pulmonar ou broncoalveolar.
  • Prós:
    • Critério de referência.
    • Os suínos podem apresentar resultados positivos por 7 a 8 meses (longo período de colonização).

  • Contras:
    • Requer um meio de cultura especial (meio Friis).
    • Disponível apenas em poucos laboratórios.
    • Caro.
    • Muito difícil de crescer (muitos falsos negativos).

Imunohistoquímica (IHC)

  • Detecta a presença de antígeno bacteriano.
  • Tipo de amostra: tecido pulmonar.
  • Prós:
    • Detecta bactérias no local da lesão (boa prova de causa).
    • Os suínos podem apresentar resultados positivos por 7 a 8 meses (longo período de colonização).
  • Contras:
    • Deve ser enviada a amostra de tecido correta - o tecido pulmonar deve conter um corte transversal das vias aéreas (células epiteliais brônquicas).
    • Requer um número significativamente maior de bactérias do que a PCR.
    • Avalia apenas uma pequena quantidade de tecido.
Figura 2. Boa amostra de tecido pulmonar para histopatologia com presença de vias aéreas (círculos brancos redondos) em corte transversal.
Figura 2. Boa amostra de tecido pulmonar para histopatologia com presença de vias aéreas (círculos brancos redondos) em corte transversal.

Anticorpos fluorescentes (AF)

  • Detecta a presença de antígeno bacteriano.
  • Tipo de amostra: tecido pulmonar.
  • Prós:
    • Detecta o vírus no local da lesão (boa prova de causa).
    • Os suínos podem apresentar resultados positivos por 7 a 8 meses (longo período de colonização).
  • Contras:
    • Deve ser enviada a amostra de tecido correta - o tecido pulmonar deve conter um corte transversal das vias aéreas (células epiteliais brônquicas) (Figura 2).
    • Requer um número significativamente maior de bactérias do que a PCR.
    • Avalia apenas uma pequena quantidade de tecido.

Reação em cadeia da polimerase (PCR)

  • Detecta a presença de sequências específicas de ácido nucleico (DNA) bacteriano.
  • Tipos de amostras: pulmão, esfregaço (nasal, laríngeo, traqueobrônquico ou brônquico) ou lavado broncoalveolar.
  • Prós:
    • Sensibilidade muito alta (pode detectar pequenas quantidades de bactérias)
    • Várias amostras podem ser agrupadas para aumentar a sensibilidade diagnóstica ao fazer um análise em uma granja.
    • Os suínos podem apresentar resultados positivos por 7 a 8 meses (longo período de colonização).
    • Custo moderado.
  • Contras:
    • Não mostra a doença.
    • Os fluidos orais são um tipo de amostra ruim (muitos falsos negativos).

Tabela 1: Resumo esquemático da pesquisa e dos resultados de campo sobre a sensibilidade de diferentes tipos de amostra para o teste de PCR de Mycoplasma hyopneumoniae.

Sensibilidade relativa Pooling*
Fluidos orais - Não
Hissopo nasal + Variável
Hissopo laríngeo ++ Benéfico
Hissopo traqueobronquial ++ Benéfico
Hissopo bronquial +++ Benéfico
Lavado broncoalveolar ++ Não
Tecido pulmonar ++++ Sim

* Polling ou agrupar amostras pode ser benéfico para aumentar a sensibilidade diagnóstica ao realizar um testes em granjas; não de um único animal.

Ensaio Imunoabsorvente Enzimático (ELISA)

  • Detecta a presença de anticorpos.
  • Tipo de amostra: soro.
  • Prós:
    • Os animais permanecem positivos por muito tempo.
    • Pode ser usado em casos crônicos.
  • Contras:
    • Os anticorpos específicos e o tempo de detecção podem variar ligeiramente entre os vários kits comerciais disponíveis.
    • Não diferencia entre anticorpos maternos e de exposição.
    • O nível de anticorpos não se correlaciona com a proteção.
    • A vacinação não induz soroconversão (altamente dependente da vacina e do ensaio utilizado).
    • Muitos suínos infectados não soroconvertem.
    • Os anticorpos nem sempre são detectados durante todo o período de infecção.
    • Alguma reatividade cruzada com outros Mycoplasmas, especialmente M. flocculare, que não é patogênico e é comumente encontrado em suínos.

Interpretação de resultados:

Patologia macroscópica:

  • Positivo: A patologia macroscópica do pulmão pode fornecer um possível diagnóstico.
  • Negativo: Os casos iniciais geralmente não apresentam lesões pulmonares extensas.

Cultivo bacteriano:

  • Positivo: Confirma a doença.
  • Negativo: Negativo, as bactérias não são detectadas se o teste for feito muito tempo após a infecção ou uso de antibióticos, ou simplesmente não podem crescer devido ao crescimento excessivo de outras bactérias (presentes, mas muito difíceis de crescer).

IHC:

  • Positivo: As bactérias estão presentes no local da lesão.
  • Negativo: Negativo ou infecção muito antiga para detectar a bactéria ou animal previamente tratado com antibióticos.

AF:

  • Positivo: As bactérias estão presentes no local da lesão.
  • Negativo: Negativo ou infecção muito antiga para detectar a bactéria ou animal previamente tratado com antibióticos.

PCR:

  • Positivo: A bactéria está presente; não confirma a doença.
  • Negativo: Negativo ou infecção muito antiga para detectar a bactéria ou animal previamente tratado com antibióticos.

ELISA:

  • Positivo: Anticorpos maternos ou exposição anterior (geralmente 3 a 8 semanas após a exposição) à vacina ou bactérias do ambiente.
  • Negativo: Negativo ou infecção que não estimula a soroconversão ou muito recente para ser detectada (geralmente leva de 3 a 8 semanas após a exposição).

Cenários

Suínos em crescimento com tosse crônica:

  • Necropsia de 1 a 3 suínos recentemente mortos ou eutanasiados que tiveram com tosse. Avalia macroscopicamente os pulmões para consolidação cranioventral. Colete vários pedaços de pulmão (certifique-se de incluir as vias aéreas na amostra) e fixe-os em formalina para IHC ou AF.
  • O percentual de pulmões com lesões está diretamente relacionado ao impacto econômico da doença.

Confirme se os animais de reposição são negativos para Mycoplasma hyopneumoniae

  • Certifique-se de que não há sinais clínicos de tosse.
  • Colete pelo menos 30 amostras de soro aleatórias de animais de reposição e analise-as por ELISA.

Monitore a excreção na reposição antes da introdução em uma granja de reprodutores positiva ou negativa

  • Certifique-se de que não há sinais clínicos de tosse.
  • Colete pelo menos 30 amostras de esfregaço laríngeo aleatórias dos animais de reposição. Misture-os em grupos de 5 ou 6 e analise por PCR.

Consulte o ''guia de enfermidades'' para mais informações

Pneumonia enzoóticaO principal problema associado às infecções por M. hyopneumoniae é a doença respiratória crônica. Geralmente é um patógeno que amplifica a gravidade de outras infecções, incluindo influenza e PRRS.

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