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Constipação em matrizes, um inimigo oculto (1/2): causas e consequências

A procura constante de desafios na gestão, sanidade, reprodução, nutrição e alimentação, e a constante interação entre estes aspectos, deve ser uma premissa técnica se quisermos maximizar o potencial genético das nossas granjas.

No campo da nutrição e alimentação, tanto uma influência negativa como positiva podem ser exercidas no desafio da constipação. Este artigo procura abordar as causas e consequências atuais deste problema e numa segunda parte serão exploradas as ferramentas disponíveis, principalmente na nutrição e na alimentação, para mitigar os seus efeitos negativos. No entanto, é importante ter em mente a interação sinérgica que este tema pode ter com outras disciplinas como, por exemplo, a gestão.

A constipação, também conhecida como prisão de ventre, é um dos principais desafios que as matrizes hiperprolíficas enfrentam atualmente. É caracterizada por dificuldade para evacuar ou baixa frequência de defecação, resultando na formação de fezes duras e secas. As principais causas subjacentes deste problema são detalhadas na Figura 1.

Figura 1. Principais causas e fatores de prisão de ventre.
Figura 1. Principais causas e fatores de prisão de ventre.

A interação entre os diferentes fatores que podem causar constipação e seus efeitos fisiológicos está resumida no gráfico a seguir.

Figura 2. Interação entre fatores que promovem constipação.
Figura 2. Interação entre fatores que promovem constipação.
Fonte: adaptado Reiner G, Kuehling J, Loewenstein F, Lechner M, Becker S. Swine Inflammation and Necrosis Syndrome (SINS).

A Figura 2 mostra como uma dieta deficiente em matérias-primas fibrosas e a falta de água aumentam as chances de prisão de ventre. Por exemplo, em situações de estresse térmico, o fluxo sanguíneo para o intestino é reduzido, causando hipóxia gastrointestinal. Isso pode causar aumento da permeabilidade intestinal, permitindo que endotoxinas como os lipopolissacarídeos (LPS) de bactérias mortas e exotoxinas, como as micotoxinas presentes nos alimentos, entrem na corrente sanguínea do animal, chegando ao fígado, onde ocorre a principal desintoxicação. Esse processo ativa macrófagos e provoca a liberação de fatores inflamatórios como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e prostaglandinas (PG). Uma vez que o fígado não consegue se desintoxicar adequadamente, essas endo-exotoxinas persistem na circulação, atingindo o sistema nervoso central e causando sintomas como depressão, falta de apetite, catabolismo e febre, o que afeta o comportamento do animal.

Além disso, a intensa ativação do sistema imunológico leva a alterações metabólicas, como produção de proteínas de fase aguda, inflamação, catabolismo e alterações na coagulação, que podem causar problemas como vasculite, trombose, edema, necrose, etc. Há também uma redistribuição de nutrientes que resulta numa perda de desempenho produtivo e reprodutivo nos ciclos presentes e futuros.

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