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O interesse no uso de probióticos tem aumentado constantemente na pecuária devido a uma infinidade de benefícios potenciais para o crescimento, saúde e bem-estar geral dos animais (Liao e Nyachoti, 2017). Mas, como qualquer aditivo para rações, o desafio é justificar seu uso do ponto de vista econômico. Um desafio ainda maior consiste em selecionar o probiótico certo quando há várias opções disponíveis. Um bom começo é se perguntar duas coisas: O que estou tentando alcançar? E os probióticos vão me ajudar a fazer isso?
As etapas mais importantes na avaliação de probióticos são estabelecer metas claras e identificar as unidades de medida certas para o sucesso. Será incluído em algumas ou em todas as fases da produção? Se o seu objetivo é melhorar o ganho de peso ou atingir um peso-alvo mais rápido, é apropriado avaliar apenas o peso dos animais? O objetivo é manter o rendimento e, ao mesmo tempo, reduzir o custo da alimentação, melhorando a eficiência da alimentação? Qual parâmetro reprodutivo é apropriado para avaliar o desempenho da porca? Independentemente do objetivo, você deve usar parâmetros que possam ser medidos de forma fácil e confiável em suas instalações. Por exemplo, é difícil medir o consumo individual de ração na maioria dos sistemas, mas o intervalo entre o desmame e a primeira cobertura pode ser um bom indicador do consumo de ração (Barba-Vidal et al., 2019) . É possível avaliar a qualidade e a quantidade de colostro ou leite? Isso não é fácil de fazer, mas determinar o desempenho da leitegada é. Se possível, considere também seguir as leitegadas em estágios posteriores de produção para avaliar os efeitos posteriores.
A eficácia dos probióticos também depende dos ingredientes disponíveis. Sempre pergunte sobre a composição da dieta utilizada nas formulações apresentadas a você. É mais provável que você reproduza os dados do ensaio se as dietas usadas forem semelhantes às suas, porque a composição da dieta tem uma influência significativa na modulação da microflora intestinal (Aluthge et al., 2019), além de possíveis diferenças em relação a as preferências de substrato de certas cepas probióticas. Você não está apenas alimentando o animal, mas também o microbioma dentro de seu intestino. Portanto, é fundamental escolher um probiótico que funcione com sua dieta, e não o contrário.
Se você fizer um teste, maximize o número de réplicas em vez do número de produtos a serem avaliados. O consumo de ração será menor nos meses mais quentes (Renaudeau et al., 2012), portanto, leve em consideração a variação sazonal ao comparar o desempenho com as tendências históricas. Controle o máximo de variáveis possível e torne o teste o mais simples possível para evitar fatores de confusão. Formule dietas com a menor quantidade de tecnologias alimentares com o mesmo modo de ação do probiótico para evitar mascarar a resposta ao probiótico. No entanto, lembre-se de que o probiótico deve funcionar em conjunto com tecnologias já incorporadas à formulação da dieta atual. Existem outros componentes na dieta que causam um modo de ação do tipo probiótico (por exemplo, atividade enzimática, produção de ácido orgânico, atividade antimicrobiana, modulação imunológica)? O probiótico pode substituí-los parcial ou completamente enquanto mantém ou melhora o desempenho? Do ponto de vista econômico, faz sentido fazer isso?
Duração, tempo, dosagem e método de aplicação são fatores importantes a serem considerados. O probiótico pode ser administrado continuamente? É preferível seguir a dosagem recomendada pelo fabricante e o momento da aplicação. Você usará o probiótico na comida ou na água potável? Se as dietas forem granuladas, é essencial que você escolha um probiótico termoestável que resista às condições de granulação. Se a aplicação for por meio de água, escolha um produto projetado para essa aplicação específica para obter uma solubilização adequada e evitar a germinação nas tubulações de água. Na produção animal, a aplicação por meio de ração ou água potável é mais comum, mas também pode ser aplicada diretamente na superfície da baia, dependendo da finalidade a que se destina.
Menos aditivos alimentares são incluídos nas dietas de suínos em crescimento e terminação devido à quantidade de ração consumida nessas fases. Embora suínos mais velhos tenham um trato gastrointestinal maduro, os probióticos ainda podem oferecer um aumento de desempenho, melhorando a digestibilidade dos nutrientes ou mitigando doenças subclínicas (Barba-Vidal et al., 2019). Se possível, observe o efeito dos probióticos na uniformidade. A variação de peso dentro de um mesmo lote de suínos que vão para o mercado acarreta ao produtor perda de receita na forma de descontos e perda de prêmios.
A maioria dos probióticos comerciais que você encontrará têm dados suficientes para apoiar seu uso. No entanto, a maioria dos dados de teste apresentados a você são cuidadosamente escolhidos. Não adianta apresentar resultados de testes indesejados ao tentar vender um produto. Portanto, pode ser uma boa ideia tentar solicitar dados que você não esperava - a razão por trás de certas observações e o que poderia ter sido feito de forma diferente. Se um vendedor está disposto a discutir isso com você, isso lhe diz algo. Em alguns casos, resultados inesperados não significam necessariamente que o produto não funcione; mas sim, que não funcionou nas condições desse experimento. Isso enfatiza a importância de definir expectativas com antecedência, trabalhando em estreita colaboração com seu nutricionista para cobrir todas as bases e maximizar suas chances de sucesso.
