Introdução
Após o parto, nossa atenção se desloca da fêmea para os leitões, com o objetivo de minimizar a mortalidade pré-desmame e produzir leitões desmamados de qualidade. A produção de leitões uniformes, com bom peso ao desmame e boa estrutura resultará em maior sucesso nas fases seguintes da vida, até atingirem o peso de abate. No entanto, é importante focar não só nos leitões durante a lactação, mas também nas fêmeas, uma vez que 3 em cada 4 reprodutoras inseminadas semanalmente provêm do grupo de desmamados que saiu da maternidade.
Pesquisas e experiências anteriores mostraram o efeito positivo de um bom manejo e alto consumo de ração durante a lactação sobre o desempenho reprodutivo das fêmeas. Ou seja, o que acontece na lactação afeta o próximo ciclo, a gestação e a lactação, sem falar que o manejo da gestação, especificamente relacionado à condição corporal da reprodutora, pode afetar a quantidade de ração que ela consumirá durante a lactação. Portanto, é importante que as diferentes equipes (inseminação, gestação e lactação) na granja de fêmeas trabalhem juntas para atingir o mesmo objetivo.
O objetivo deste artigo é:
- destacar como o tamanho da leitegada pode ser afetado pelo consumo de ração
- fornecer ideias para identificar fêmeas com baixo consumo
- sugerir estratégias de manejo para conseguir um bom consumo de ração na maternidade
Consumo de ração e tamanho da leitegada
Sabemos que a primeira lactação pode ser desafiadora para marrãs e, como consequência, afetar negativamente seu desempenho reprodutivo. Em geral, as marrãs comem menos ração durante a lactação e não podem atender às demandas de uma leitegada mais pesada. Os dados de campo coletados por nossa equipe técnica mostram grandes variações no consumo de ração para lactação entre as fêmeas. Além disso, os dados sugerem que o tamanho da leitegada aumenta com a ingestão da lactação anterior (figura 1). Em outras palavras, quanto mais a fêmea come durante a lactação, mais leitões ela terá em sua próxima gestação. Esse resultado enfatiza a importância da ingestão na lactação e incentiva estratégias de prevenção e mitigação de fatores que podem estar limitando a ingestão alimentar.
Controle da febre
A febre é definida como um aumento da temperatura corporal, que geralmente ocorre em resposta a uma infecção. A febre após o parto costuma ser o resultado de uma infecção uterina causada pela ascensão de bactérias presentes na área de parto e / ou na pele da fêmea, que conseguem ultrapassar o colo do útero.
Determinar se uma fêmea tem febre ou não é uma prática de produção que deve ser obrigatória, pois permite que a equipe identifique precocemente as reprodutoras que precisam de tratamento.
Em primeiro lugar, é necessário definir quando deve ser medida a temperatura da fêmea. A melhor estratégia é fazê-lo na manhã seguinte ao parto, ou seja, aproximadamente 24 horas após o parto. Dependendo da disponibilidade do pessoal da granja, a temperatura deve ser medida de manhã e à tarde, para detectar com mais precisão o início da febre.
Consideramos febre quando a temperatura corporal é maior que 39,4° C (103° Fahrenheit)
Observações empíricas em campo durante a implementação desta estratégia de manejo de controle de temperatura mostraram um efeito positivo na prevenção da redução do consumo de ração. Quando a temperatura não é medida, as fêmeas param de comer por causa da infecção e isso alerta o tratador de que há um problema.
Se medirmos a temperatura corporal da fêmea, os tratadores podem identificar e trata-las mais cedo, evitando ou reduzindo a queda no consumo.
Portanto, a identificação precoce permite que a equipe implemente as intervenções mais cedo e controle os impactos negativos com mais rapidez.
Na experiência de campo do autor, qualquer termômetro funciona, as diferenças são apenas uma escolha de custo e do tempo que leva para se obter a temperatura. Os novos termômetros digitais usados na medicina humana demoram entre 8 e 10 segundos, o que na atual produção de suínos pode ser uma vantagem. Embora os termômetros digitais sejam mais caros, eles se pagam rapidamente se forem usados conforme descrito aqui, uma vez que, ao facilitar a ingestão elevada de ração, um tamanho de leitegada maior é promovido no próximo parto.
Por fim, listamos a seguir algumas estratégias de manejo que funcionam como barreiras à infecção, reduzindo as quedas na ingestão durante a lactação:
- Limpe a área das fêmeas que aguardam o parto, 1-2 vezes ao dia.
- Limite a assistência ao parto às fêmeas que necessitem de cuidados obstétricos após 20-30 minutos a partir do nascimento do último leitão.
- Use luvas longas e bem lubrificadas.
- Mantenha as luvas livres de poeira ou fezes.
- Certifique-se de que as parteiras tenham unhas curtas e não usem anéis enquanto estiverem na granja.
- Certifique-se de que as fêmeas tenham água suficiente a um fluxo mínimo de 2 L / min.
- Treine as marrãs para saberem como identificar e usar bebedouros antes da data prevista para o parto.