As algas marinhas representam uma rica fonte de ácido docosahexaenóico (DHA) que pode ser produzido em escala de forma sustentável. Foi demonstrado que a suplementação de algas marinhas aumenta os níveis de ácido eicosapentaenóico (EPA) e DHA na carne sem afetar negativamente a produtividade animal. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação dietética com a microalga Aurantiochytrium limacinum (AURA), rica em DHA, no desempenho de suínos, características de carcaça e composição de ácidos graxos de Longissimus lumborum (LL) e toucinho.
Métodos: Um total de 144 suínos de terminação (72 fêmeas e 72 machos castrados), com peso médio de 117,1 (±13,1) kg, foram classificados por sexo e peso e receberam 0% ou 1% de AURA em dietas isonutritivas e isocalóricas. Foram utilizados um total de 24 baias (12 baias por tratamento). Os animais foram pesados nos dias 0 e 28 e registrado o consumo de ração e água por baia. Após 31 dias de suplementação (28 dias de estudo e 3 dias até a data do abate), foram abatidos três animais por baia (n = 72) e avaliados a espessura do LL e toucinho, o teor de carne magra e o desempenho da carcaça. O perfil de ácidos graxos (AG) do LL e da gordura dorsal foi estabelecido pela síntese direta de ésteres metílicos de FA.
Resultados: Não foram observadas diferenças nos parâmetros de desempenho ou características de carcaça. A suplementação com AURA produziu mudanças significativas nos perfis de AG do LL e da gordura dorsal, e os suínos machos e fêmeas responderam de forma diferente à suplementação em termos de certos AGs. No geral, as amostras LL apresentaram concentrações significativamente mais altas de ácido eicosapentaenóico e DHA, e mais ácidos graxos ômega-3 (n-3), bem como uma proporção mais alta de ômega-3:ômega-6 (n-3:n-) 6. No caso da gordura nas costas, a suplementação resultou em quantidades significativamente maiores de FAs DHA e n-3.
Conclusão: Estes resultados indicam que a suplementação dietética com 1% de AURA durante um período de 31 dias pode aumentar a composição de ácidos graxos do Longissimus lumborum e da gordura dorsal da carne suína, especificamente o ácido docosahexaenóico, sem grande impacto no desempenho e nas características da carcaça.
Moran CA, Morlacchini M, Keegan JD, Fusconi G. Dietary supplementation of finishing pigs with the docosahexaenoic acid-rich microalgae, Aurantiochytrium limacinum: effects on performance, carcass characteristics and tissue fatty acid profile. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences. 2018; 31(5): 712. https://doi.org/10.5713%2Fajas.17.0662