O vírus da Peste Suína Africana (PSA) provoca uma doença hemorrágica letal em suínos que pode ser transmitida através do contato direto com animais infectados e as suas excreções ou contato indireto com fômites contaminados. A eliminação do vírus em suínos infectados e a estabilidade deste vírus no ambiente determinará a extensão da contaminação ambiental. Com os recentes surtos de PSA na Europa tornou - se essencial o desenvolvimento de modelos de transmissão de doenças para traçar estratégias de controle eficientes e, assim, evitar uma maior disseminação da PSA.
O presente estudo avaliou a eliminação e estabilidade do vírus da PSA nas fezes, urina e fluídos orais de suínos infectados com esse vírus.
Os resultados mostraram uma vida média do vírus da PSA na forma infectante nas fezes entre 0,65 dias quando armazenado a 4° C a 0,29 dias quando armazenado a 37° C, enquanto que na urina esses valores variaram entre 2,19 dias (4° C) a 0,41 dias (37° C). Com base nestas semi-vidas e nas doses estimadas necessárias para a infecção, podemos inferir que as fezes e a urina podem ser fontes de infecção durante 8,48 e 15,33 dias a 4º C e 3,71 e 2,88 dias a 37º C, respectivamente. A vida média do DNA do vírus da PSA foi de 8 a 9 dias nas fezes e de 2 a 3 dias no fluído oral em todas as temperaturas avaliadas. Na urina, observou-se que a vida média do DNA foi de 32,54 dias a 4° C, diminuindo para 19,48 dias a 37° C.
Estes resultados indicam que a presença do vírus da PSA nas excreções de suínos pode ser uma via importante de transmissão da doença.
K. Davies, L. C. Goatley, C. Guinat, C. L. Netherton, S. Gubbins, L. K. Dixon, A. L. Reis. Survival of African Swine Fever Virus in Excretions from Pigs Experimentally Infected with the Georgia 2007/1 Isolate. Transboundary and Emerging Diseases. Volume 64, Issue2. April 2017. Pages 425-431. https://doi.org/10.1111/tbed.12381