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Detecção de Salmonella spp. em fluídos orais de suínos, pro-pés e amostras fecais

Os veterinários muitas vezes perguntam que tipo de amostra é melhor para monitorar o nível de Salmonella da granja.

18 Fevereiro 2020
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A salmonelose em suínos, que geralmente é observada durante a fase de desmame ou engorda, pode resultar numa doença clínica ou estabelecer um estado de portador nos animais. Em um estado de portador, Salmonella é eliminada intermitentemente nas fezes, criando um problema de saúde pública que leva à possível contaminação da carne suína. A detecção precisa e oportuna de Salmonella é vital para iniciar protocolos de tratamento apropriados e estratégias de prevenção.

Os veterinários muitas vezes perguntam que tipo de amostra é melhor para monitorar o nível de Salmonella da granja. As amostras de fluídos orais atualmente são amplamente utilizadas para a detecção de PRRSV e SIV, pois são rápidas de coletar e econômicas. Os pro-pés, embora sejam fáceis para recolher amostras, não são usados com frequência para a vigilância de agentes patogênicos na cadeia produtiva de suínos. Já as amostras fecais são frequentemente usadas para a detecção de muitos vírus e bactérias em suínos, mas sua coleta requer mais tempo do que os métodos anteriores.

O objetivo deste estudo foi comparar a precisão de amostras de fluído oral e pro-pés com o padrão de amostragem fecal atual, para a identificação de Salmonella usando suínos experimentalmente inoculados com vários sorotipos de Salmonella.

Os animais de cinco semanas de idade foram infectados experimentalmente com 109 UFC de Salmonella através de sonda oral e esfregaços nas amígdalas usando isolados obtidos de amostras clínicas enviadas para o Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade Estadual de Iowa.

Foram infectados 20 suínos com Salmonella Typhimurium e outros 20 com Salmonella I 4, [5], 12: i: - (2 grupos separados com 5 baias, 4 porcos em cada parque). Foram medidas as temperaturas retais de todos os suínos diariamente, até 7 dias pós-inoculação (PI) e depois de duas em duas semanas durante as 3 semanas restantes. As amostras foram recolhidas nos dias 2, 4, 7, 14, 21 e 28 após a inoculação. Foram colocados os pro-pés para a colheita de amostras durante o percurso dentro da baia a cada momento estabelecido, com um par de pro-pés por baia e por sorotipo infectante. Em cada baia foi pendurada uma corda para recolher fluídos orais, durante 30-60 minutos. As amostras fecais foram recolhidas por palpação digital retal dos porcos. As amostras foram armazenadas a -80 °C desde o momento da colheita até à quantificação da Salmonella. A quantificação da Salmonella foi completada usando o método de contagem de placa standart em agar Xilose-Lisina-Tergitol-4 (XLT4). Todas as amostras foram também enriquecidas em água peptonada tamponada durante 18-24 horas e depois plaqueadas em agar Brilliant Green (BG) e agar XLT4. Um sub-conjunto de colônias para cada amostra característica de Salmonella, negro sobre agar XLT4 e vermelho sobre agar BG, foi confirmado como Salmonella usando MAL-DI-TOF-MS.

As temperaturas retais médias dos suínos alcançaram o seu ponto máximo no segundo dia após a inoculação, chegando aos 39,3º C e voltaram a níveis próximos à temperatura basal no dia 5 PI (38,5 º C). As quantidades médias de Salmonella nas fezes alcançaram o seu ponto máximo no dia 2 PI (8,04 × 104 UFC/mL) e foram detectáveis nas fezes com o enriquecimento aos 28 dias PI. Nos fluídos orais, as quantidades médias de Salmonella alcançaram o seu ponto máximo no dia 3 PI (5,6 × 102 UFC/mL) e não foi possível detectar além do dia 7 PI. Nas análises dos pro-pés, resultados positivos foram esporádicos durante todo o período de teste, com o nível médio mais alto de detecção de Salmonella de apenas 100 UFC/mL no dia 4 PI e apenas foi detectável até o dia 4 PI. A seleção do tipo de amostra mais apropriado é importante para uma adequada vigilância dos agentes patogênicos. Os pro-pés revelaram-se um tipo de amostra inaceitável para detectar Salmonella, dado que as amostras positivas para Salmonella não refletiam o nível de doença nem eram consistentemente positivas. Os fluídos orais seriam um tipo de amostra aceitável para a detecção, mas apenas durante a fase aguda de um surto de Salmonella, quando os níveis do patógeno são os mais altos. No caso das amostras de fluídos orais recomenda-se o enriquecimento destas para assegurar que haja um nível adequado de Salmonella para a sua detecção através do cultivo.

Ainda que a colheita de amostras de fezes seja a mais lenta, deve - se continuar a ser utilizada como método standart para a detecção de Salmonella, já que as amostras fecais refletiram o nível de doença indicado pelas temperaturas retais, além de apresentar os níveis mais altos de Salmonella durante um maior período pós-infecção.

S. Naberhaus, A. Krull, B. Arruda, P. Arruda, D. Magstadt, F. Matias Ferreyra, Honorato Gatto, H. Meiroz de Souza Almeida, A. Kreuder. Comparison of pathogenic Salmonella spp. detection from porcine oral fluids, over-the-shoe booties, and fecal samples. 49 th Annual Meeting of the American Association of Swine Veterinarians (March 3-6, 2018)

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