O aparecimento de um novo coronavírus humano, SARS-CoV-2, tornou-se um problema de saúde global que causa infecções graves do trato respiratório em humanos. Transmissões de peso entre pessoas foram descritas com período de incubação variando entre 2 e 10 dias, com propagação através de gotículas ou superfícies contaminadas.
Este artigo revisa a literatura existente sobre a persistência de coronavírus humano e veterinário em superfícies inanimadas. As estratégias de inativação foram com agentes biocidas utilizados na desinfecção química.
Os coronavírus humanos podem permanecer infecciosos em superfícies inanimadas em temperatura ambiente por até 9 dias. A uma temperatura de 30 ° C ou mais, a duração é menos persistente. Foi demonstrado que o coronavírus veterinário pode persistir por até 28 dias. Portanto, a contaminação da superfície em ambientes de saúde é uma fonte potencial de transmissão viral. Não foram encontrados achados na transmissibilidade de dois coronavírus de superfícies contaminadas.
Para a OMS, recomenda-se aplicar preferencialmente desinfetantes à base de álcool para descontaminação, após a remoção das luvas. Foram feitos testes com duas formulações recomendadas pela OMS contra SARS-CoV e MERS-CoV, (baseadas em 80% de etanol ou 75% de 2-propanol) e ambos foram descritos como muito eficazes.
Uma análise de 22 estudos revela que os coronavírus humanos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou coronavírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e os coronavírus humanos endêmicos (HCoV) podem persistir em superfícies inanimadas, como metal, vidro e plástico por 9 dias, mas pode ser inativado com eficiência por meio de procedimentos de desinfecção de superfície usando 62–71% de etanol, 0,5% de peróxido de hidrogênio ou 0,1% de hipoclorito de sódio por 1 minuto. Outros agentes biocidas como cloreto de benzalcônio 0,05 a 0,2% ou digluconato de clorexidina a 0,02% são menos eficientes.
Como não existem terapias específicas disponíveis para o SARS-CoV-2, a contenção precoce e a prevenção de propagação adicional serão cruciais para interromper o surto em andamento e controlar esse novo segmento infeccioso.
G. Kampf, D. Todt, S. Pfaender and E. Steinmann. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. The Journal of Hospital Infection. March 2020Volume 104, Issue 3, Pages 246–251.