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Uma questão fundamental para o bem-estar é manter os animais clinicamente saudáveis, livres de estresse e alimentados corretamente, especialmente durante a reprodução, para melhorar a produção e a qualidade dos produtos derivados. Deve-se levar em conta que o estado nutricional e metabólico da mãe é decisivo para o crescimento fetal e que alterações na dieta alteram a homeostase metabólica do organismo. A restrição de crescimento intrauterino (RCIU) é um déficit de crescimento e peso devido à falta de componentes essenciais para o desenvolvimento ou oxigênio. Devido ao RCIU, o feto prioriza o desenvolvimento cerebral, mas não garante o desenvolvimento normal ou funcional. Além disso, existem alterações metabólicas que perduram até a idade adulta. Este trabalho consiste em 3 estudos onde foram analisadas as consequências das alterações nutricionais aplicadas às matrizes prenhez ou diretamente aos leitões. Foi utilizado um modelo suíno de RCIU, com especial atenção ao sistema nervoso, onde foram avaliados: o efeito da suplementação da dieta materna com o antioxidante hidroxitirosol (HTX) em diferentes idades pré-natais e pós-natais; o efeito do RCIU em fetos com 100 dias de gestação cujas mães foram tratadas com HTX; e o efeito do RCIU quando uma dieta rica em gordura (DH) é fornecida a animais adultos. No primeiro estudo, foi analisado o perfil de neurotransmissores em diversas áreas do cérebro, bem como a morfologia do hipocampo por meio de imunohistoquímica.
Os resultados mostraram que os efeitos da suplementação materna de HTX se restringem ao período pré-natal, sendo necessária sua presença contínua para manter seus efeitos nas idades pós-natais. Os resultados do segundo estudo indicaram que o RCIU modificou tanto o perfil de neurotransmissores nos fetos quanto o desenvolvimento do hipocampo. Essas alterações foram revertidas com a suplementação materna de HTX. Finalmente, os animais afetados pela RCIU durante a gravidez responderam de maneira diferente à DH, aumentando a concentração de aminoácidos livres no plasma, mas não a de lipídios; aumentando a concentração de serotonina em diferentes áreas do cérebro; e afetando as vias proteicas envolvidas no splicing do mRNA, no transporte vesicular e na via mTOR.
