O objetivo deste estudo foi determinar o efeito de três maternidades diferentes no comportamento de matrizes e leitões alojados ao ar livre durante o verão no leste do Canadá, com foco na termorregulação e nos comportamentos. Quarenta e duas fêmeas de segundo parto foram alojadas ao ar livre em grupos de três durante a lactação (N = 42). Dentro de cada grupo, as matrizes tiveram acesso a três tipos de baias de parto: uma de madeira modificada em forma de A, uma redonda de plástico coberta e uma de metal arqueada de estilo inglês. Foram instaladas câmeras nas baias de maternidade para observar o comportamento das fêmeas nos dias 1, 2, 7 e 14 de lactação. Foram registradas a temperatura e a umidade fora e dentro das baias de maternidade. As temperaturas médias horárias foram analisadas para determinar o efeito do tipo de maternidade durante o dia e a noite separadamente. As matrizes pariram entre agosto e outubro, e as observações sobre localização, postura, lactação e esmagamento dos leitões foram coletadas pela manhã e à tarde.
As maternidades de madeira foram as que registraram menores variações de temperatura entre o dia e a noite, e as metálicas apresentaram propriedades térmicas semelhantes às da madeira. A maternidade de plástico era mais quente e seca durante o dia, porém mais fria e úmida à noite. Não foi observado nenhum efeito do tipo de baia na postura ou no comportamento de lactação das matrizes. Os leitões apresentaram maior expressão de comportamentos de termorregulação na manhã do segundo dia na maternidade de madeira, por ser a mais fresca. O empilhamento foi a técnica mais utilizada pelos leitões para termorregulação em todas as maternidades, representando 61,2-73,8% do seu tempo. Os leitões estiveram em contato com a fêmea 10,6-16,1% do tempo enquanto não estavam amamentando. As percentagens de matrizes que esmagaram pelo menos um leitão ou trauma durante a primeira semana após o parto foram de 93%, 86% e 43% para as baias de madeira, plástico e metal, respectivamente. A mortalidade por esmagamento ou trauma durante a primeira semana foi de 18%, 15% e 11% dos leitões nascidos vivos nas maternidades de madeira, plástico e metal, respectivamente. O momento de maior risco de esmagamento para os leitões foi quando a porca estava em pé.
Este estudo sugere que os fatores de risco de esmagamento mudam quando as fêmeas criadas ao a livre, são alojadas em baias de maternidade. A maternidade metálica parece ser a melhor considerando o ambiente térmico, comportamento e sobrevivência dos leitões, mas os resultados sugerem a necessidade de mais pesquisas sobre o desenho de maternidades para matrizes alojadas ao ar livre, a fim de reduzir o risco de esmagamento
Conrad L, Aubé L, Heuchan E, Conte S, Bergeron R, Devillers N, Effects of farrowing hut design on maternal and thermoregulatory behaviour in outdoor housed sows and piglets. Applied Animal Behaviour Science. 2022; 251: 105616. https://doi.org/10.1016/j.applanim.2022.105616.