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O objetivo desse experimento foi avaliar o impacto da alta temperatura ambiental (25 ° C) próximo ao momento do parto em matrizes alojadas em gaiolas (impedidas de demonstrar um comportamento termorregulatório).
Um total de 20 matrizes foram alojadas em 2 salas com gaiolas convencionais. Na sala 1 (CONTROLE) a temperatura foi mantida a 20º C enquanto que na sala 2 (QUENTE), a temperatura inicial foi de 20º C e subiu gradualmente até atingir 25º C dos 112 aos 115 dias de gestação. Depois a temperatura decresceu gradualmente para 20 °C. As matrizes foram continuamente gravadas em vídeo para avaliação do seu comportamento. Foi registrada, do dia 3 antes do parto até o dia 5 pós-parto, a taxa de respiração das matrizes enquanto a temperatura retal foi registada do dia 1 antes do parto até o dia 8 pós-parto, e a temperatura da superfície do úbere foi registada desde o dia do parto até 3 dias após o parto. Todos os valores foram medidos e registrados diariamente. O peso corporal das matrizes foi registrado do dia 108 da gestação ao dia do desmame. A gordura dorsal foi registrada no dia do parto, quando a temperatura ambiental estava novamente ajustada para 20 °C e no momento do desmame. Os leitões foram pesados nos dias 1, 14 e 21 de vida.
As matrizes do grupo QUENTE passaram a maior parte do tempo deitadas em posição lateral quando comparada com as matrizes do grupo CONTROLE, tanto durante as 16 h antes do parto como nas 24 h após o início do parto, e nenhuma diferença entre os grupos foi encontrada na quantidade de tempo despendido em posição de decúbito. As matrizes do grupo QUENTE tinham temperatura retal mais alta no dia posterior ao parto, assim como a temperatura na superfície do úbere (0,9 ° C) quando comparadas as matrizes do grupo CONTROLE. As matrizes do grupo QUENTE também mostraram uma tendência maior de duração do parto. A taxa de respiração também foi maior nas matrizes do grupo QUENTE no dia anterior ao parto e no dia do parto. Nos dias 7, 8 e 9, as matrizes do grupo CONTROLE tiveram um maior consumo de alimento e os leitões das matrizes do grupo CONTROLE pesaram mais no dia 21 após o parto.
A elevada temperatura do ambiente perto do momento do parto altera o comportamento das matrizes. As matrizes reagem ao desafio térmico com uma maior taxa de respiração próxima ao parto, além da elevação das temperaturas retais e do úbere, o que indica que não conseguiram compensar a temperatura ambiental mais alta. A alta temperatura do ambiente influiu negativamente no consumo de alimento pelas matrizes, com um impacto negativo no peso ao desmame dos leitões. As altas temperaturas perto do momento do parto (25 °C) comprometem o bem-estar das matrizes alojadas em gaiolas, causando um impacto negativo no potencial de rentabilidade dos leitões da sua leitegada.
R. Muns J. Malmkvist M. L. V. Larsen D. Sørensen L. J. Pedersen. High environmental temperature around farrowing induced heat stress in crated sows. Journal of Animal Science, Volume 94, Issue 1, 1 January 2016, Pages 377–384, https://doi.org/10.2527/jas.2015-9623
