Durante a última década, a mortalidade de matrizes por prolapso de órgãos pélvicos (POP) aumentou. Para entender melhor a biologia associada ao POP, as fêmeas foram avaliadas fenotipicamente e atribuídas uma pontuação perineal (PS) com base no risco presumido de POP e categorizadas como PS1 (baixo), PS2 (moderado) ou PS3 (alto). O objetivo do estudo foi identificar alterações na microbiota vaginal de matrizes que podem estar associadas ao POP. A hipótese é que a microbiota vaginal difere entre matrizes com risco variável de POP e que há mudanças na microbiota durante o final da gestação entre matrizes com risco diferente.
Das 2.864 fêmeas pontuadas durante a 15ª semana de gestação, 1, 2,7 e 23,4% das matrizes PS1, PS2 e PS3, respectivamente, sofreram POP subsequentemente. Swabs vaginais submetidos ao sequenciamento do gene 16S rRNA revelaram diferenças na composição da comunidade (Bray-Curtis) e comparações de unidades taxonômicas operatórias individuais (OTU) entre a microbiota vaginal de fêmeas PS1 e PS3 na 15ª semana de gestação. Além disso, diferenças na composição da comunidade e OTUs foram observadas em matrizes PS3 que experimentaram ou não POP subsequentemente. Diferenças na estrutura da comunidade (medidas de diversidade alfa), composição e OTU foram observadas em matrizes de 12 semanas de gestação com pontuação PS1 em comparação com as de 15 semanas com pontuação PS1 ou PS3, sugerindo que a microbiota vaginal muda durante o final da gestação de uma maneira diferente.
Em conclusão, esses dados demonstram que as matrizes com maior risco de POP têm uma microflora vaginal única, para a qual uma melhor compreensão pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de mitigação.
Kiefer ZE, Koester LR, Studer JM, Chipman AL, Mainquist-Whigham C, Keating AF, Schmitz-Esser S, Ross JW. Vaginal microbiota differences associated with pelvic organ prolapse risk during late gestation in commercial sows. Biology of Reproduction. 2021: ioab178. https://doi.org/10.1093/biolre/ioab178